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Europa

Itália: Movimento 5 Estrelas pede novamente para governar

M5S foi o partido mais votado individualmente nas eleições de fevereiro

29 mar 2013 - 14h46
(atualizado às 15h13)
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Os coordenadores do Movimento 5 estrelas no Senado, Vito Crimi (esq.), e na Câmara Baixa, Roberta Lombardi, falam com jornalistas após encontro com o presidente Giorgio Napolitano
Os coordenadores do Movimento 5 estrelas no Senado, Vito Crimi (esq.), e na Câmara Baixa, Roberta Lombardi, falam com jornalistas após encontro com o presidente Giorgio Napolitano
Foto: AP

O Movimento 5 Estrelas (M5S), que representou o voto de protesto nas eleições legislativas do final de fevereiro na Itália, pediu novamente nesta sexta-feira para formar um governo com seus próprios representantes, recusando-se a apoiar um executivo sob outra liderança.

"Reafirmamos que nós não daremos a nossa confiança a um governo político nem pseudo-técnico que seria formado por esses partidos", declarou o líder do grupo M5S no Senado, Vito Crimi, ao final de um encontro com o presidente Giorgio Napolitano. "Nós dissemos que se trata de um governo de políticos ou de homens políticos disfarçados de técnicos, então, não estamos de acordo", insistiu.

Na ausência de uma maioria no Senado, o líder da esquerda, Pier Luigi Bersani, propôs em várias oportunidades uma aliança com o M5S, que fechou a porta, cada vez de forma mais humilhante.

Perguntado sobre a hipótese de um "governo institucional do presidente", Crimi respondeu: "Essa hipótese não está sobre a mesa", mas não chegou a terminar sua frase quando mencionava o "momento em que será anunciado um nome...", algo que a imprensa interpretou como uma porta aberta. Em troca, "estamos prontos para formar um governo 5 Estrelas, relançamos essa hipótese ao presidente Napolitano", ressaltou o chefe dos senadores do M5S.

O M5S recolheu cerca de um quarto dos votos nas eleições, chegando em 3º lugar atrás da esquerda e da direita. Além disso, "se o movimento receber um mandato para realizar consultas, nós daremos um nome a Napolitano, assim como tudo o que for útil. Já temos um programa", afirmou Crimi.

Em declarações concedidas depois a um programa da rádio de seu movimento, "La Cosa", o líder do M5S, Beppe Grillo, criticou a imprensa que havia especulado sobre o fato de que seu partido aceitaria apoiar "um governo pseudo-técnico". "Estamos no domínio da psiquiatria mais do que no da política", disse, criticando alguns veículos da imprensa que inventam "do nada, e depois discutem isso".

Ele criticou com força os líderes dos partidos tradicionais: "Em quem vamos dar um voto de confiança? A estas pessoas que desintegraram o país durante vinte anos ?". "Somos pessoas novas que querem mudar o país, as palavras que contam para nós são o senso de comunidade, que ninguém deve ser deixado de lado, que todos tenham o mínimo de cidadania,... Somos como a revolução francesa sem a guilhotina", disse.

Coalizão de centro

O presidente italiano Giorgio Napolitano se reuniu com os principais partidos na sexta-feira para tentar acordo depois que o líder de posição centro-esquerdista Pier Luigi Bersani, cujo grupo conquistou maioria na Câmara mas não no Senado, não conseguiu apoio suficiente para formar um governo.

Políticos de centro da Itália estão dispostos a formar uma grande coalizão com os principais partidos que vieram de uma eleição conflituosa, disse uma autoridade a jornalistas nesta sexta-feira. "Nós expressamos nossa vontade empenho para formar uma grande coalizão entre os três principais partidos", afirmou o senador Andrea Olivero.

Com informações adicionais da agência Reuters

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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