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Europa

Itália: extremistas atiram bananas em ministra negra

27 jul 2013 - 05h52
(atualizado às 10h00)
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Cécile Kyenge já tinha sido alvo de racismo anteriormente
Cécile Kyenge já tinha sido alvo de racismo anteriormente
Foto: AP

Após ser comparada com um orangotango pelo vice-presidente do Senado, Roberto Calderoli, a ministra de Integração da Itália, Cécile Kyenge, de origem congolesa, foi alvo de outro ato de intolerância e desprezo na noite de ontem, quando foi atingida por duas bananas lançadas por militantes do movimento Força Nova, da extrema-direita.

Os fatos ocorreram em uma festa do progressista Partido Democrata (PD), o mesmo do primeiro-ministro Enrico Letta, na cidade de Cervia, no nordeste do país, informou neste sábado a imprensa italiana.

Um desses integrantes da Força Nova, que já tinha aquecido o ambiente com uma manifestação na última quinta-feira, lançou duas bananas em direção ao palco em que a ministra discursava, embora sem atingi-la fisicamente.

Sem dar importância ao gesto, Cécile usou o Twitter para comentar o ato. "Com tantas pessoas morrendo de fome por causa da crise é triste desperdiçar comida assim", afirmou a ministra na mensagem divulgada por sua equipe assistente, a qual confirmou o ocorrido.

Dado o alto nível de crispação gerado na extrema-direita em torno da primeira ministra negra da Itália, a polícia estava alerta em relação à possíveis ataques contra Cécile, mas, mesmo assim, não conseguiu evitar essa agressão.

"Havia um grupinho de opositores, mas ninguém viu. Saíram logo em seguida. A ministra não comentou o episódio de modo particular porque é uma pessoa educada", afirmou os jornalistas Paola de Micheli, do PD, que estava presente no momento do ato.

Um dia antes, na quinta-feira, no mesmo local da festa do PD, militantes da Força Nova também colocaram três bonecos sujos com tinta, que simulava ser sangue, ao lado de panfletos contra o plano do governo italiano de conceder nacionalidade aos filhos de imigrantes nascidos na Itália. Segundo os militantes da extrema-direita, "a imigração mata".

O lançamento de bananas se soma aos últimos episódios ofensivos dos quais a ministra italiana já foi vítima, a começar pelo comentário lançado pela ex-conselheira da separatista Liga Norte, Dolores Valandro, o qual valeu sua expulsão do partido além de uma condenação de 13 meses de prisão e três anos de inabilitação por instigação a atos de violência sexual por motivos raciais.

Na noite do último dia 13, o vice-presidente do Senado, Roberto Calderoli, também da Liga Norte, gerou uma grande polêmica no país ao comparar a ministra negra com um orangotango.

EFE   
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