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Cerca de mil voos são cancelados no 2° dia de greve de controladores aéreos na França

A poucas horas do fim do ano letivo e dos primeiros grandes deslocamentos para as férias de verão, muitos viajantes tiveram que mudar os planos: cerca de mil voos foram novamente cancelados nesta sexta-feira (4) na França, especialmente nos aeroportos de Paris, devido ao segundo dia de greve dos controladores aéreos.

4 jul 2025 - 10h19
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A poucas horas do fim do ano letivo e dos primeiros grandes deslocamentos para as férias de verão, muitos viajantes tiveram que mudar os planos: cerca de mil voos foram novamente cancelados nesta sexta-feira (4) na França, especialmente nos aeroportos de Paris, devido ao segundo dia de greve dos controladores aéreos.

Um painel de informações de partidas no aeroporto Roissy Charles-de-Gaulle, na região metropolitana de Paris, em 3 de julho de 2025.
Um painel de informações de partidas no aeroporto Roissy Charles-de-Gaulle, na região metropolitana de Paris, em 3 de julho de 2025.
Foto: © THIBAUD MORITZ / AFP / RFI

Centenas de milhares de pessoas já haviam sido impactadas na quinta-feira (3), tanto na França quanto em outros países europeus, por esse movimento iniciado por dois sindicatos minoritários, que exigem melhores condições de trabalho e aumento no número de profissionais.

No aeroporto de Orly, ao sul de Paris, o clima era de incerteza na manhã desta sexta. Sabrina Taristas, de 42 anos, tentava embarcar para Toulouse, no sudoeste da França. "Se eu tiver que esperar até domingo, será que vão me oferecer hospedagem ou terei que pagar tudo sozinha? A gente entende a greve, mas é claro que acaba nos prejudicando", disse.

"Eu sei que na França sempre tem alguém fazendo greve no Natal ou nas férias. Mesmo a gente trabalhando e sem salário garantido, quem está de greve complica a vida dos outros", reclamou Bruno Percepied, de 63 anos. "Não estou com raiva, mas a situação é bem desagradável."

Segundo a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC), cerca de mil voos foram cancelados nesta sexta, tanto partidas quanto chegadas em território francês — número maior que os 933 cancelamentos registrados na véspera.

Lara, de 30 anos, havia planejado uma viagem de Paris a Berlim com o companheiro. "O voo era na noite de quinta, mas recebemos o aviso de cancelamento na quarta. Conseguimos remarcar sem custo para sexta, mas esse também foi cancelado", contou. "Tivemos que comprar passagens de trem às pressas, gastamos € 100 a mais e perdemos várias horas."

Muitos viajantes também cancelaram reservas de hotel, especialmente em cidades com aeroportos de grande movimento como Paris e Nice, segundo a União dos Profissionais da Hotelaria (Umih).

"Está tudo uma confusão, com passageiros tentando chegar e outros tentando sair. As companhias aéreas estão tentando encontrar alternativas para os clientes, mas a situação é difícil de administrar e os prejuízos serão altos", afirmou Véronique Siegel, representante do setor hoteleiro da Umih. "É um péssimo sinal para quem vê a França de fora, uma imagem desastrosa do país."

Efeitos além das fronteiras

Os impactos da paralisação se estendem além da França. A principal associação europeia de companhias aéreas, a Airlines for Europe (A4E), estimou que cerca de 1.500 voos seriam cancelados entre quinta e sexta-feira em todo o continente, afetando quase 300 mil passageiros.

A União dos Aeroportos Franceses criticou o que classificou como uma "estratégia sistemática de bloqueio que sacrifica o interesse coletivo em nome de reivindicações difíceis de justificar".

De acordo com a DGAC, o índice de adesão à greve foi de 26,2% na quinta-feira — 272 controladores participaram do movimento, entre aproximadamente mil profissionais de serviço.

O movimento foi convocado pelo segundo maior sindicato da categoria, o Unsa-Icna (com 17% dos votos nas últimas eleições sindicais), com apoio da Usac-CGT, a terceira força sindical do setor (16%). Ambos exigem reforço nas equipes e melhores condições de trabalho.

A Air France informou que precisou adaptar sua malha aérea, mas não divulgou o número de voos cancelados. A companhia ressaltou que todos os voos de longa distância foram mantidos para quinta e sexta-feira.

Críticas à gestão

Uma reforma está em andamento para implementar um registro obrigatório de presença dos controladores no início dos turnos, após um grave incidente ocorrido no aeroporto de Bordeaux no fim de 2022, quando dois aviões quase colidiram.

A investigação apontou falhas graves na organização do trabalho, fora do que prevê a legislação.

Entre as críticas do sindicato Unsa-Icna estão a "manutenção proposital do déficit de pessoal, responsável por atrasos recorrentes durante o verão", o uso de equipamentos ultrapassados e um "modelo de gestão tóxico, incompatível com os requisitos de segurança e tranquilidade que a função exige".

O principal sindicato da categoria, o SNCTA, que detém 60% dos votos, não aderiu à paralisação.

(Com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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