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Estados Unidos

Republicanos barram possibilidade de imigrantes se alistarem nos EUA

15 mai 2015 - 19h11
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A ala mais dura do Partido Republicano voltou a abrir fogo contra o debate migratório nos Estados Unidos ao se opor que os jovens imigrantes ilegais que chegaram crianças ao país possam servir nas Forças Armadas se desejarem.

A polêmica voltou nesta sexta-feira por causa da aprovação hoje da Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) na Câmara dos Representantes, texto que finalmente incluiu uma emenda para proibir esses jovens, conhecidos como "sonhadores", de se alistarem no exército.

O legislador democrata pelo Arizona, Rubén Gallego, tinha apresentado uma proposta de curto alcance para ampliar esse direito aos jovens imigrantes, no entanto, os republicanos contra atacaram com outra emenda para anular essa possibilidade.

"Como membros do Congresso é nosso dever honrar as promessas que fizemos a nossos homens e mulheres de uniforme. Sei o que acontece quando Washington falha com nossas tropas no campo de batalha e com nossos veteranos aqui em casa", disse Gallego após saber do resultado da votação.

"Minha emenda era uma disposição de bom senso que poderia ter dado às nossas tropas mais segurança financeira, um aumento salarial de 2,3% e a garantia de que receberiam renda no caso de um eventual fechamento do governo", acrescentou o democrata sobre o restante do conteúdo de sua proposta.

Muitos democratas e ativistas pró-imigrantes manifestaram seu mal-estar por esta nova recusa dos conservadores de estender direitos à população que, apesar de não estar legalizada, está plenamente integrada na sociedade americana.

Gallego insistiu que "várias vezes, os republicanos mostram que só se preocupam em lutar pelos ricos, pelas corporações e os interesses especiais, enquanto fazem pagar um preço às famílias que lutam para seguir adiante".

"É uma verdadeira lástima que os republicanos não possam deixar de lado suas políticas partidárias pelo bem-estar de homens e mulheres que lutam diariamente por nossa segurança e liberdade. Que vergonha", concluiu.

A líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi usou exatamente esses termos, e o presidente do Caucus Democrata, Xavier Becerra, lembrou que esta situação deriva da recusa dos conservadores em aprovar uma reforma migratória integral.

"A cada dia que os republicanos ignoram o tema da reforma migratória é outro dia que nossa economia, nossos negócios e nossas famílias saem perdendo", reiterou Becerra.

Os veteranos de guerra também mostraram sua oposição.

"Não se pode entender nossa história militar sem encontrar milhares de imigrantes que serviram com coragem e lealdade para a defesa de nossa nação e a garantia de nossa segurança", disse David Lucier, veterano do Arizona.

"Com a votação de hoje, a Câmara deu as costas a essa rica tradição. Somos mais frágeis por causa dela", criticou.

O também ex-combatente Cory Harris ressaltou que os sonhadores chegaram aos EUA quando eram crianças, e insistiu que não conhecem outro país além desse, e considerou a decisão da Câmara como "uma oportunidade perdida".

A ala ultraconservadora do Partido Republicano, o Tea Party, barra há dois anos o processo para uma votação sobre uma reforma migratória integral no Congresso, que chegou a estar perto de acontecer quando o Senado, então de maioria democrata, conseguiu aprovar uma lei bipartidária.

Mas com a ausência de consenso, o presidente Barack Obama promoveu várias ações executivas, a primeira delas exatamente para evitar a deportação destes jovens aos seus países de origem, o que os republicanos também não veem com bons olhos.

EFE   
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