Primeiro voo com imigrantes ilegais nos EUA parte para Guantánamo nesta terça-feira, diz Casa Branca
Infame prisão usada na 'Guerra ao Terror', de George W. Bush, será expandida para receber 30 mil imigrantes, afirmou Donald Trump
Os Estados Unidos começam a enviar, nesta terça-fera, 4, os primeiros imigrantes ilegais detidos para a prisão da Baía de Guantánamo. A informação foi confirmada por Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca.
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A transferência de imigrantes ilegais para a prisão da base naval, localizada na ilha de Cuba, foi decidida em ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump na última quarta-feira, 29, em meio às políticas anti-imigração do republicano.
Na decisão, Trump apontou que pretende usar a infame prisão para manter imigrantes sem documentação e considerados 'criminosos de alta periculosidade'. Eles serão levados à base pelas Forças Armadas.
"Hoje, o primeiro voo dos Estados Unidos para a Baía de Guantánamo com migrantes ilegais está em andamento", afirmou Leavitt, em entrevista à TV Fox Business, nesta terça.
O republicano também determinou, ao Pentágono e ao Departamento de Segurança Interna, a expansão do complexo penitenciário para receber cerca de 30 mil estrangeiros, nos próximos meses. Guantánamo também teve o contingente militar reforçado, com o envio de tropas nesta terça.
À agência de notícias Reuters, uma autoridade informou, sob condição de anonimato, que o voo desta terça-feira levaria cerca de uma dúzia de imigrantes ilegais a Guantánamo. O Pentágono, no entanto, planeja enviar 5 mil estrangeiros, detidos em El Paso, no Texas, e San Diego, na Califórnia.
Além do voo à baía, as Forças Armadas também já destinaram imigrantes para Guatemala, Honduras, Peru e Índia. As viagens militares, no entanto, pesam os cofres da Casa Branca.
Fontes afirmaram que, em um voo militar à Guatemala, os Estados Unidos desembolsaram 4.675 dólares (R$ 26.968, na cotação atual) por imigrante.
A prisão da Baía de Guantánamo foi instalada na base naval estadunidense localizada ao sul da Ilha de Cuba, em 2002, para deter suspeitos de terrorismo envolvidos nos atentados de 11 de setembro de 2001. A medida fez parte das políticas de 'Guerra ao Terror' do presidente George W. Bush.
Mesmo com as tensões entre Washington e Havana desde a Revolução Cubana, no fim da década de 1950, os Estados Unidos mantêm a Base Naval de Guantánamo desde 1903. A prisão é anexa à instalação militar.
Dados públicos dão conta de que, até janeiro de 2025, 780 pessoas, de 48 nacionalidades, já foram presas em Guantánamo. Destes, 756 foram libertados ou transferidos para outras prisões, nove morreram e 15 permaneciam detidos no complexo.