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Estados Unidos

EUA: queda na taxa de desemprego oxigena campanha de Obama

5 out 2012 - 14h55
(atualizado às 15h39)
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A taxa de desemprego dos Estados Unidos caiu a 7,8% em setembro, seu nível mais baixo desde que o presidente Barack Obama assumiu o governo, em janeiro de 2009, oxigenando a campanha do atual presidente pela reeleição, após seu mau desempenho no primeiro debate com seu rival republicano, Mitt Romney, a um mês das eleições.

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O nível de desemprego cedeu 0,3 ponto com relação a agosto, de acordo com dados corrigidos de variações sazonais, disse nesta sexta-feira o Departamento de Trabalho, sendo que a estimativa média dos especialistas era por uma manutenção do índice a 8,1%.

Os republicanos vinham concentrando suas críticas justamente na falta de agressividade de Obama em combater o desemprego, que se mantia acima de 8% desde sua chegada à Casa Branca.

Obama, cuja campanha vinha atravessando um momento difícil após o primeiro dos três debates entre candidatos, realizado na quarta-feira, comemorou nesta sexta-feira a surpreendente queda do desemprego para 7,8% em setembro e disse que a economia avançou muito para recuar agora, em referência às críticas realizadas por seu adversário Mitt Romney.

"Hoje me parece que, como país, estamos avançando novamente", disse Obama diante de 2.000 pessoas em um auditório da Universidade George-Mason na Virgínia (nordeste), criticando de forma implícita as declarações de Romney, que afirmou que o relatório de emprego não mostrava uma recuperação real.

"Depois de perder cerca de 800.000 empregos por mês quando assumi o cargo, nossas empresas somaram 5,2 milhões de novos empregos nos últimos dois anos e meio", acrescentou.

Obama criticou assim Romney por suas declarações de que o relatório mensal de emprego não representava uma "recuperação real"."As notícias de hoje certamente não são uma desculpa para falar negativamente sobre a economia, com o objetivo de marcar um par de pontos", disse Obama.

Milhões de desempregados ocultos Alguns economistas disseram nesta sexta-feira que o índice de hoje na verdade relativiza a queda da taxa de desemprego desde sua máxima de 10,0%, em outubro de 2009. Harm Bandholz, do banco UniCredit, disse que para alcançar a redução de 1,3 ponto percentual anunciada para os últimos doze meses, o país teria que criar uma média de 250.000 postos de trabalho por mês, contra os 150.000 que efetivamente criou.

A melhora da taxa de desemprego resulta essencialmente em não contabilizar a milhões de desocupados, disseram os especialistas.Para se ter uma ideia real da situação, seria preciso agregar aos 12,1 milhões de desempregados oficiais, cerca de 6,4 milhões de pessoas que querem trabalhar, mas que deixaram de buscar emprego, ou não o fazem de forma ativa.

Com isso, de acordo com Peter Morici, professor de economia da universidade de Maryland, a taxa de desemprego real está na faixa de 9,8%.Ao mesmo tempo, as cifras divulgadas nesta sexta-feira apontam que a criação líquida de empregos recuou em 20% com relação a agosto, ao situar-se em setembro em 114.000, inferior à média das previsões dos analistas (120.000). O governo, no entanto, revisou para cima, em 36%, sua estimativa de contratações nos dois meses anteriores.

"Em 2012, a criação líquida de empregos alcançou uma média de 146.000 postos mensais, contra 153.000 em 2011", disse o Departamento do Trabalho em um comunicado.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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