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Estados Unidos

EUA: funcionária pública presa por negar união gay é solta

8 set 2015 - 20h29
(atualizado às 20h46)
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A funcionária pública do estado de Kentucky, nos Estados Unidos, presa por cinco dias por se negar a dar licença de casamento a gays saiu da prisão nesta terça-feira entre aplausos, elogios e gritos de incentivo de um grupo que a apoiava e do qual participavam os pré-candidatos republicanos à presidência Mike Huckabee e Ted Cruz.

Foto: Getty Images

"Muito obrigada a todos. Eu amo muito vocês. Só quero dar glória a Deus. Seu povo se uniu e vocês são fortes. Servem a um Deus de amor que está em cada um de nós", afirmou Kim Davis às centenas de pessoas reunidas desde o início da manhã na porta do Presídio de Grayson.

A famosa música do filme "Rocky", "Eye of the Tiger", precedeu a chegada de Kim ao palco, montado na frente da prisão federal e onde recebeu os parabéns dos manifestantes enquanto erguia os braços e olhava para céu, acompanhada por seu advogado, pelo marido e por Huckabee.

Huckabee, ex-governador de Arkansas que em maio se lançou à corrida presidencial, criticou a "tirania" da prisão e afirmou que a decisão de Kim de não estender as licenças matrimoniais aos casais do mesmo sexo deveria ser protegida pela "liberdade religiosa".

"Se alguém tem que ir à prisão por isso, eu estou disposto a ir em seu lugar. Estou disposto a passar os próximos oito anos na prisão, mas não estou disposto a passar nem mais um dia sob o governo daqueles que querem tirar a liberdade do nosso país", disse Huckabee, ex-pastor da Igreja Batista do Arkansas.

Emocionada ao subir ao palco, Kim recebeu saudações da multidão e viu cartazes com diferentes mensagens de apoio, como "Herói cristã, herói de Kentucky" e "Defendemos as liberdades religiosas".

Os manifestantes, convocados por grupos de cristãos conservadores, aproveitaram para criticar a decisão do Tribunal Supremo em junho de transformar o casamento entre as pessoas do mesmo sexo em um direito constitucional e legalizar estas uniões em todo o país.

"Os juízes não fazem as leis" e "Respeito aos direitos dos estados" eram algumas das mensagens do protesto contra a histórica decisão do Supremo, que determinou que os 13 estados que ainda proibiam, entre eles Kentucky, passassem a permitir o casamento entre homossexuais.

"Louvado seja Deus, Kim Davis foi solta. Foi um escândalo vê-la presa durante esses dias por viver de acordo com sua fé cristã", escreveu o pré-candidato Ted Cruz, senador pelo Texas, nas redes sociais, onde publicou uma foto dentro da prisão com a funcionária pública e seu marido, Joe.

No início do dia, o juiz David Bunning determinou que Kim, que se tornou símbolo da oposição ao casamento gay, poderia ser libertada com a condição de "não interferir de forma alguma, direta ou indiretamente, no trabalho de outros funcionários ao emitir licenças de casamento".

"Se a acusada interferir de alguma forma na emissão de licenças de casamento, isso será considerado uma violação da ordem desta corte e as ações adequadas serão tomadas", advertiu o juiz.

Segundo a sentença do juiz, cinco funcionários terão que entregar à Justiça relatórios a cada 14 dias informando como estão sendo emitidas as licenças de casamento no pequeno condado de Rowan, de Kentucky.

Embora alguns funcionários já tenha expressado oposição à decisão do Supremo, esta é a primeira vez que um deles é preso por negar a casais do mesmo sexo direito a se casar, um tema que ainda divide à sociedade americana, apesar do crescente apoio que tema vem recebendo nos últimos anos.

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EFE   
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