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Egito suspende autorizações para saída de estrangeiros de Gaza; 34 brasileiros aguardam na fila

Saída pela passagem de Rafah se complica no quinto dia de frustração para os brasileiros

5 nov 2023 - 09h16
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Palestinos com dupla cidadania esperam permissão para deixar Gaza, em meio ao conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, na fronteira Rafah, ao sul da Faixa de Gaza
Palestinos com dupla cidadania esperam permissão para deixar Gaza, em meio ao conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, na fronteira Rafah, ao sul da Faixa de Gaza
Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Na madrugada deste domingo, 5, o embaixador brasileiro junto à Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia, Alessandro Candeas, confirmou ao Estadão que hoje o governo do Egito não planeja divulgar novas listas de autorização de saída para estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade que tentam sair da Faixa de Gaza — enclave que está sob ataque das forças israelenses desde o início desde mês por causa da guerra com o grupo terrorista Hamas.

No sábado, a quarta lista de estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza deixou de lado os cidadãos brasileiros, que tiveram a saída do enclave frustrada até a próxima relação. Esta lista teve um total de 599 cidadãos de diversas nacionalidades, incluindo 386 cidadãos dos Estados Unidos, 112 do Reino Unido, 51 da França e 50 da Alemanha.

Na quarta-feira, dia 1º, a passagem de Rafah foi desbloqueada pela primeira vez desde o início do conflito. Segundo as autoridades egípcias, os 7 mil cidadãos estrangeiros que solicitaram permissão para deixar Gaza serão liberados gradualmente, permitindo a saída de um grupo por dia - fluxo que foi interrompido neste domingo.

Com o escalonamento da guerra em Gaza, cada dia na região se torna mais perigoso. Enquanto isso, um grupo de brasileiros e familiares próximos, composto por 34 pessoas, aguarda pela autorização para sair do enclave após o governo brasileiro articular o repatriamento dos cidadãos.

Na sexta-feira, 3, o governo de Israel prometeu ao Itamaraty que até a próxima quarta-feira, 8, o grupo de 34 brasileiros retidos na Faixa de Gaza deixará o território palestino. A garantia foi dada pelo ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, ao chanceler Mauro Vieira.

Tensões com o Hamas

O aumento de tensões entre Israel e o Hamas complica a saída dos estrangeiros. O governo do Hamas, que controla Gaza, suspendeu a saída de portadores de passaportes estrangeiros para o Egito. Segundo afirmaram autoridades da fronteira, a ordem do Hamas veio depois que Israel se recusou a permitir que alguns palestinos feridos fossem levados para hospitais egípcios.

"Nenhum portador de passaporte estrangeiro poderá deixar a Faixa de Gaza até que os feridos que precisam ser evacuados dos hospitais no norte de Gaza sejam transportados pela passagem de Rafah" para o Egito, disse o funcionário da fronteira em condição de anonimato à AFP.

Na sexta-feira, o exército israelense anunciou que havia atingido uma ambulância do lado de fora do hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, dizendo que ela era "usada por uma célula terrorista do Hamas". Pelo menos 15 pessoas foram mortas e 60 ficaram feridas no ataque, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Saldo do conflito

De acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), as operações terrestres israelenses no norte de Gaza continuam neste final de semana, com tropas e tanques supostamente cercando a cidade de Gaza de várias direções.

"Foram registrados mais confrontos com grupos armados palestinos, além de intensos bombardeios em toda a Faixa de Gaza, inclusive nas áreas central e sul", disse neste sábado a instituição.

Dados da ONU indicam que ao menos 231 palestinos foram mortos em Gaza entre 3 e 4 de novembro, elevando o número de vítimas fatais desde o início das hostilidades para 9.488, incluindo 3.900 crianças. As informações foram proporcionadas pelo Ministério da Saúde (MoH) em Gaza. Cerca de 2.000 pessoas estão desaparecidas na região, incluindo 1.250 crianças.

Estadão
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