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Distúrbios no Mundo Árabe

EUA afirmam ter provas de que regime de Assad usou armas químicas na Síria

Até agora, Casa Branca dizia não ter como comprovar o uso de gás sarin na guerra civil do país árabe; o emprego de armas químicas representa a "linha vermelha" de Obama para determinar uma eventual intervenção; Washington também acenou com aumento da ajuda fornecida aos rebeldes

13 jun 2013 - 18h30
(atualizado em 4/12/2013 às 15h19)
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Corpo de homem em maca em frente a hospital na área controlada pela oposição em Aleppo (foto de dezembro de 2012)
Corpo de homem em maca em frente a hospital na área controlada pela oposição em Aleppo (foto de dezembro de 2012)
Foto: AP

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira que confirmou o uso de armas químicas por parte do Exército da Síria contra os opositores do presidente Bashar al-Assad. Esta é a primeira vez que a Casa Branca afirma este tipo de armamento foi usado no conflito - fato que levaria, segundo afirmara o presidente Barack Obama anteriormente, ao cruzamento da "linha vermelha" para uma intervenção internacional.

Washington baseia sua afirmação no que foi apresentado como um amplo relatório feito a partir de inúmeras fontes de informação sobre a guerra civil síria. Nele, afirma-se que o governo assadista usou armas químicas em pequenas quantidades contra a oposição, ao passo que o uso deste tipo de armamento pelos rebeldes não pode ser confirmado. A estimativa é que até 150 pessoas tenham morrido pelo uso das substâncias químicas.

"Nossa inteligência afirma que o regime de Assad usou armas químicas, incluindo o gás sarin, em pequena escala contra a oposição múltiplas vezes no último ano", afirmou Ben Rhodes, conselheiro de Segurança Nacional do governo americano. "A inteligência estima que, até o momento, entre 100 e 150 pessoas morreram pela ação de armas químicas na Síria", afirmou.

A mudança do cenário também implica, completou Rhodes, em uma postura de Obama no fornecimento de ajuda aos oposicionistas. "O presidente amentou a provisão de ajuda não-letal à oposição civil e também autorizou a expansão da nossa assistência ao Conselho Militar Supremo (CMS, um dos órgãos armados dos rebeldes)", leu o conselheiro. "Dito de modo simples, o regime de Assad sabe que suas ações nos levaram a aumentar o escopo e a escala de assistência que provemos à oposição, incluindo apoio direto ao CMS. Esses esforços aumentarão daqui em diante."

Diferentemente de França e Reino Unido, os Estados Unidos têm mantido uma postura cautelosa sobre o uso de armas químicas na Síria. Este, se confirmado, cruzaria o que Obama chamou de "linha vermelha" e potencialmente levaria a uma intervenção internacional para tentar conter o derramamento de sangue que ,segundo a ONU, já deixou mais de 90 mil mortos desde o início dos protestos, em março de 2011.

"O presidente (Obama) foi claro ao afirmar que o uso de armas químicas - ou a transferência de armas químicas para grupos terroristas - é uma linha vermelha para os Estados Unidos", completou Rhodes. "O presidente disse que o uso de armas químicas mudaria seu cálculo, e mudou."

No comunicado (texto original em inglês), todavia, a Casa Branca não precisa que tipo de medidas serão tomadas a partir de agora. O governo afirmou que compartilhará os dados com seus parceiros e com a ONU e consultará o Congresso em Washington sobre o tema nas próximas semanas.

Com informações das agências internacionais.

Fonte: Terra
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