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Cuba reforça transporte público para lidar com repressão a táxis particulares

7 dez 2018 - 09h40
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O governo de Cuba informou na quinta-feira que está importando centenas de microônibus e ônibus para aliviar a escassez crescente de meios de transporte em Havana resultante da repressão ao setor de táxis particulares.

Motorista de táxi espera passageiros em Havana 07/08/2018  REUTERS/Jim Bourg
Motorista de táxi espera passageiros em Havana 07/08/2018 REUTERS/Jim Bourg
Foto: Reuters

Tendo em conta o sistema de transporte público cronicamente deficiente, os cubanos da capital contam há décadas com seus mais de 6 mil táxis particulares, muitos deles carros norte-americanos antigos, em especial aqueles que oferecem corridas compartilhadas para destinos fixos.

Mas em julho o governo comunista publicou uma série de novas regulamentações rígidas sobre o setor privado que incluiu regras para táxis que entrarão em vigor progressivamente em todo o país, tendo começado em Havana em outubro.

As regras obrigam os motoristas, por exemplo, a comprarem uma quantidade mínima de combustível de postos estatais com grandes aumentos de preço para conter o mercado negro de combustível em meio à redução das remessas de petróleo da aliada Venezuela, e também estabelecem preços para as corridas compartilhadas.

Alguns motoristas de Havana disseram que as novas regras são tão limitadoras que tiram seu sustento, por isso preferem desistir de suas licenças para conduzir táxis.

A vice-ministra dos Transportes, Marta Oramas, disse em uma mesa redonda transmitida na noite de quinta-feira que cerca de 800 condutores já devolveram suas licenças.

"As medidas são realmente severas, e a cada dia há mais pressão nas ruas, com inspetores e policiais", disse o motorista Julio Garcia à Reuters no início desta semana. "Devolverei minha licença".

As novas regras ainda incluem uma revisão técnica em que o "museu ambulante" de Havana, que inclui Chevrolets, Plymouths e Fords dos anos 1950, está tendo dificuldades para passar, disse Marta, acrescentando que em resultado disso 2.167 licenças já foram canceladas.

Nos últimos meses os moradores de Havana se queixaram de uma falta de opções de transporte. Alguns motoristas disseram esperar que, fazendo o transporte parar, possam conseguir induzir o governo a rever as medidas.

Mas o ministro dos Transportes, Adel Yzquierdo, disse que "a boa notícia para nossa Havana é que no final de dezembro 400 microônibus novos que o Estado adquiriu no exterior estarão chegando".

A ilha caribenha também receberá 90 ônibus novos em breve, afirmou.

Empreendedores e economistas comemoraram na quarta-feira quando o governo anunciou que está suspendendo duas das restrições mais criticadas, uma que limita os restaurantes a 50 lugares e outra que só permite uma licença comercial por pessoa no país.

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