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Coreia do Norte alerta que negociações nucleares com os EUA nunca serão retomadas sem "novos cálculos"

24 mai 2019 - 19h50
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A Coreia do Norte culpou nesta sexta-feira uma posição "arbitrária e desonesta" dos Estados Unidos pelo fracasso de uma reunião recente entre o líder Kim Jong Un e o presidente norte-americano, Donald Trump, e alertou que as negociações paralisadas para um novo acordo nuclear não serão reiniciadas sem que Washington tome uma nova postura. 

Mísseis balísticos intercontinentais são exibidos durante desfile militar na Coreia do Norte
15/04/2017 REUTERS/Damir Sagolj
Mísseis balísticos intercontinentais são exibidos durante desfile militar na Coreia do Norte 15/04/2017 REUTERS/Damir Sagolj
Foto: Reuters

Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte acusou os Estados Unidos de tentarem fugir da culpa pela interrupção da segunda reunião entre Kim e Trump, em Hanoi em fevereiro, levantando uma "questão completamente irrelevante". O ministro não especificou do que falava. 

"A causa do retrocesso na reunião entre a RPDC e os EUA em Hanói é a posição desonesta e arbitrária tomada pelos Estados Unidos, que insistem em um método onde é totalmente impossível avançar", afirmou o porta-voz não identificado em um comunicado emitido pela agência oficial de notícias da Coreia do Norte, a KCNA. 

"Os Estados Unidos não conseguiriam nos fazer mudar de lugar nem uma polegada com o dispositivo que está sendo usado, e o quanto mais agirem de maneira desconfiada e hostil em relação à RPDC, mais feroz será nossa reação", disse o oficial, se utilizando da sigla para a República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte. 

"A não ser que os Estados Unidos utilizem um novo método de cálculo, o diálogo entre RPDC e EUA nunca será retomado e alem disso, a perspectiva do resolução da questão nuclear ficará bastante sombria", acrescentou. 

A nota foi a última crítica oficial aos Estados Unidos desde uma cúpula frustrada no Vietnã e aconteceu apenas horas depois de Trump partir para uma visita de Estado no Japão, onde deverá conversar sobre a Coreia do Norte com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. 

Alguns analistas vêem na nota norte-coreana uma possível indicação de que novos testes de mísseis serão conduzidos. 

"Uma declaração tão ousada é claramente um aviso aos Estados Unidos, tentando implicar que se Washington não ceder em alguma frente, que Pyongyang irá apenas aplicar mais e mais pressão", disse Harry Kazianis, do thinktank Centro Washington de Interesses Nacionais. 

"Não devemos nos assustar se, já nesse final de semana, novos mísseis forem disparados para o alto e as tensões aumentarem para patamares ainda mais altos do que antes." 

As tensões cresceram nas últimas semanas, com a Coreia do Norte disparando mísseis de curto alcance no início do mês e Washington anunciando a apreensão de uma embarcação norte-coreana suspeita de realizar transportes ilícitos de carvão caracterizando o rompimento de sanções.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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