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Coalizão de atual presidente do Congo ganha eleição legislativa e diminui poder de presidente eleito

12 jan 2019 - 16h44
(atualizado às 16h50)
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A coalizão do presidente Joseph Kabila, que está de saída do cargo, obteve maioria nas eleições legislativas da República Democrática do Congo, disse um membro da coalizão neste sábado, apesar da vitória do líder da oposição Felix Tshisekedi na eleição presidencial realizada no mesmo dia.

O resultado reduzirá a capacidade de Tshisekedi de cumprir as promessas de campanha que representam uma ruptura com era Kabila após 18 anos no poder, e alimenta a suspeita de que a vitória, anunciada na quinta-feira, tenha resultado em um acordo que preservará a influência de Kabila sobre importantes ministérios e forças de segurança. 

Kabila deve deixar o cargo nos próximos dias após 18 anos no poder, no que deveria ser a primeira transferência democrática de poder do Congo em 59 anos de independência. Mas ele sinalizou que pretende continuar envolvido na política e pode concorrer à presidência em 2023.

Os advogados do segundo colocado nas eleições presidenciais, Martin Fayulu, devem recorrer à alta corte do Congo neste sábado para apresentar uma queixa de fraude.

Fayulu alega ter vencido com mais de 60 por cento dos votos, e acusa Tshisekedi de fechar um acordo com Kabila para ser declarado vencedor.

No final da manhã, cerca de 50 soldados da Guarda Republicana e policiais cercaram sua residência, fazendo com que dezenas de seus partidários, que estavam cantando contra Kabila e Tshisekedi, se abrigassem dentro da casa, disse uma testemunha da Reuters.

O grupo de Tshisekedi nega que tenha havido qualquer acordo com Kabila e diz que os encontros que manteve com os representantes do presidente depois da eleição foram feitos apenas para assegurar uma transferência pacífica de poder.

SEM ESPAÇO PARA MANOBRAS

De qualquer maneira, a maioria parlamentar que tem uma meia dúzia de partidos na coalizão de Kabila reduzirá o espaço de manobra de Tshisekedi. Sob a constituição, a maioria goza de poderes significativos e o presidente deve nomear um primeiro-ministro vindo da coalizão.

O primeiro-ministro, por sua vez, deve referendar as ordens presidenciais que nomeiam ou destituem chefes militares, juízes e presidentes de empresas estatais.

Adam Chalwe, secretário nacional do partido PPRD de Kabila, o maior dentro da coalizão da FCC, disse à Reuters que os resultados das votações anunciadas pela comissão eleitoral (CENI) mostraram que os candidatos da FCC ocuparam mais de 300 dos 500 lugares da Assembleia Nacional.

A Reuters não foi conseguiu checar a informação de forma independente.

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