Cerca de 500 mil palestinos já voltaram para Cidade de Gaza
Porém muitos descobriram que não há mais lar para onde retornar
Cerca de 500 mil palestinos já voltaram para a Cidade de Gaza, principal centro urbano da Faixa de Gaza, após a trégua entre Israel e Hamas e a retirada das tropas do país judeu para a chamada "linha amarela" traçada pelo plano de paz do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A estimativa é da Defesa Civil do enclave, administrada pelo grupo fundamentalista islâmico, lamentando-se do fato de que não há tendas ou casas suficientes para acolher os desabrigados.
Nas últimas semanas, cerca de 900 mil pessoas foram forçadas a fugir da Cidade de Gaza devido a uma ofensiva israelense por terra, mas o acordo de cessar-fogo prevê que as tropas do país judeu permaneçam entre 1,5 e 5 quilômetros de distância das fronteiras do enclave, perímetro que não engloba o município.
Porém muitos palestinos estão descobrindo que não há mais um lar para onde retornar na Cidade de Gaza. "Não sobrou nada", disse um desabrigado à emissora árabe Al Jazeera. Além disso, muitas famílias contaram que não podem pagar o preço para voltar ao norte, já que dois anos de guerra destruíram qualquer fonte de renda possível.
De acordo com a Defesa Civil, 150 corpos foram removidos de escombros desde o cessar-fogo, enquanto 9,5 mil pessoas são tidas como desaparecidas, o que pode aumentar o número de quase 70 mil mortos no conflito.
O acordo apresentado por Trump prevê a libertação dos reféns ainda vivos sob poder do Hamas até a manhã de segunda-feira (13), em troca da soltura de 1.950 prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua.
Enquanto isso, a ONU recebeu autorização de Israel para levar ajuda humanitária para Gaza a partir deste domingo (12) e já conta com 170 mil toneladas de suprimentos posicionados em países como Jordânia e Egito.