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Assassinatos e torturas continuam a ocorrer na Venezuela, diz chefe de direitos da ONU

9 set 2019 - 14h20
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A chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, disse nesta segunda-feira que assassinatos extrajudiciais aparentemente continuam a ocorrer na Venezuela, e que as Forças de Ações Especiais (FAES), supostamente consideradas culpadas, receberam apoio do alto escalão do governo.

Vigília em Caracas em homenagem a recentes vítimas da violência
05/05/2010
REUTERS/Ueslei Marcelino
Vigília em Caracas em homenagem a recentes vítimas da violência 05/05/2010 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A ex-presidente chilena disse ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que, além de possíveis execuções, seu escritório documentou casos de tortura de soldados e de outros detidos arbitrariamente, e cobrou o governo do presidente Nicolás Maduro a punir os autores.

Bachelet, que divulgou um relatório no início de julho detalhando relatos de testemunhas de esquadrões da morte administrados pelas FAES, disse que a organização não governamental Monitor de Vítimas descobriu 57 novas supostas execuções cometidas por membros das FAES em Caracas naquele mês.

O governo chamou o relatório anterior de "visão seletiva e abertamente parcial" que ignorava as informações oficiais e contava com testemunhas tendenciosas.

Bachelet também expressou preocupação com as sanções norte-americanas destinadas a pressionar Maduro a renunciar. Nesta segunda-feira, ela disse que as sanções estão entre os fatores que alimentam um êxodo em massa do país, que está sofrendo com a hiperinflação e com a economia em colapso.

Bachelet disse que, embora as sanções previssem exceções à assistência humanitária, as medidas levaram a uma cautela excessiva do setor financeiro, menores receitas públicas e a uma queda na produção de petróleo, causando um sério impacto.

"Tudo isso está contribuindo para o agravamento da situação humanitária e o êxodo de venezuelanos do país", disse, observando que 4,3 milhões de refugiados e migrantes já haviam fugido da turbulência no país, a maioria desde o final de 2015.

Os Estados Unidos instaram a União Europeia a aderir às sanções, argumentando que ajudariam a fazer avançar as negociações sobre a entrega do poder ao líder da oposição, Juan Guaidó, que assumiu uma Presidência interina rival em janeiro.

Guaidó, que afirma que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima, tem o apoio da maioria dos países ocidentais e de Washington. Maduro, por sua vez, o chama de marionete norte-americana.

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