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Ásia

Paquistão: ofensiva militar deixa mais de 800 mil deslocados

Islamabad lançou há um mês uma operação para expulsar os rebeldes talibãs e seus aliados da Al-Qaed do Waziristão do Norte, refúgio para insurgentes paquistaneses

9 jul 2014 - 10h46
(atualizado às 10h47)
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<p>Crian&ccedil;as paquistanesas brincam do lado de fora da&nbsp;sua tenda em um campo de refugiados na prov&iacute;ncia de Khost, em 2 de julho.&nbsp;A Autoridade de Gest&atilde;o das Cat&aacute;strofes afirma que&nbsp;43% dos deslocados internos do Paquist&atilde;o s&atilde;o crian&ccedil;as</p><p>&nbsp;</p>
Crianças paquistanesas brincam do lado de fora da sua tenda em um campo de refugiados na província de Khost, em 2 de julho. A Autoridade de Gestão das Catástrofes afirma que 43% dos deslocados internos do Paquistão são crianças 
Foto: Omar Sobhani / Reuters

Mais de 800.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas desde o início da ofensiva militar no noroeste do Paquistão, informaram nesta quarta-feira as autoridades.

Islamabad lançou em meados de junho uma operação para expulsar os rebeldes talibãs e seus aliados da Al-Qaeda da zona tribal do Waziristão do Norte, que haviam convertido em seu principal santuário na região.

Desde então, os habitantes deste distrito fronteiriço com o Afeganistão fugiram às cidades e regiões vizinhas.

Até hoje, "833.274 pessoas e 66.726 famílias do Waziristão do Norte foram registradas como deslocadas" no noroeste do Paquistão, declarou à AFP Arshad Khan, diretor da Autoridade de Gestão das Catástrofes (FDMA) para as zonas tribais. Do total, 30% dos deslocados são mulheres e 43% crianças, acrescentou.

Khan declarou, no entanto, que este número era, sem dúvida, superior à realidade, porque é possível que parte dos deslocados tenham sido registrados duas vezes. E estimou que no local só restaram alguns civis para vigiar as casas.

O exército prosseguia nesta quarta-feira com sua ofensiva aérea e terrestre. Na terça-feira anunciou que seus aviões haviam destruído sete refúgios e matado 13 combatentes rebeldes.

Desde o início da ofensiva, o exército afirma ter matado quase 400 rebeldes, e perdido 20 soldados. Não é possível verificar estes números com fontes independentes diante da impossibilidade de os meios de comunicação terem acesso às zonas de combate.

O Waziristão do Norte era um refúgio para os rebeldes talibãs paquistaneses do TTP, em guerra contra Islamabad, e para seus aliados estrangeiros da Al-Qaeda, mas também a retaguarda dos talibãs afegãos que lutam contra o governo de Cabul e seus aliados da Otan do outro lado da fronteira.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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