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Ásia

Conflito no norte de Myanmar provoca fuga de 4 mil pessoas

Aumento de combates entre rebeldes e exército desta vez afeta minoria cristã que vive no Estado de Kachin

28 abr 2018 - 12h53
(atualizado às 14h11)
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Milhares de pessoas estão fugindo de suas casas em meio à escalada do conflito entre o exército de Myanmar e um grupo de rebeldes que atua no isolado norte do país, informou na sexta-feira (27) o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

Civis da minoria kachin em fuga de suas casas enquanto prosseguem os combater no norte de Mianmar.
Civis da minoria kachin em fuga de suas casas enquanto prosseguem os combater no norte de Mianmar.
Foto: DW / Deutsche Welle

Os combates ocorrem no estado de Kachin, na fronteira do país com a China. Segundo a ONU, apenas nas últimas três semanas quatro mil pessoas fugiram da região.

Antes disso, cerca de 15.000 pessoas já haviam fugido da região desde o início do ano. Outras 90.000 passaram a viver em campos de deslocados nos estados de Kachin e Shan desde o fim em 2011 de um cessar-fogo entre o governo e o Exército da Independência Kachin, que luta desde 1961 por mais autonomia para a região.

"Os relatórios que temos recebido de organizações locais apontam que muitos civis ainda permanecem presos em áreas afetadas pelo conflito", disse Mark Cutts, coordenador do OCHA, sobre a mais nova de conflitos.

O OCHA não conseguiu confirmar se civis morreram em meios aos combares. O governo de Myanmar não comentou.

O conflito em Kachin envolve insurgentes que fazem parte da minoria que batiza o Estado. Há anos o país registra choques entre o governo central, dominado pela maioria budista do Mianmar, e diferentes grupos étnicos e religiosos.

O povo kachin é formado em sua maioria por cristãos e representa a maior fatia desse grupo religioso no país, onde 6% da população é cristã - o segundo maior grupo religioso depois dos budistas.

Nos últimos dois anos, o país tem recebido destaque internacional por causa do conflito envolvendo outra minoria, o povo rohingya, que segue o islã e vive no oeste do país. Desde o final de 2016, 700 mil pessoas da minoria fugiram de Myanmar e seguiram para Bangladesh. O Exército de Myanmar foi acusado por diversas entidades e ativistas de promover uma limpeza étnica contra o grupo. A líder do país, Aung San Suu Kyi, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1991 vem sendo criticada por não conseguir impedir a violência contra minorias no país.

JPS/rt/afp

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