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Ásia

Acusados de estupro e morte de jovem são declarados culpados na Índia

10 set 2013 - 06h25
(atualizado às 06h28)
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Um tribunal de Nova Délhi declarou como culpados nesta terça-feira os quatro adultos acusados do estupro e morte de uma jovem em dezembro do ano passado, um crime que provocou um debate sem precedentes sobre a situação das mulheres na Índia, informou uma fonte judicial.

Condenação foi confirmada por um dos advogados dos réus, V.K. Anand
Condenação foi confirmada por um dos advogados dos réus, V.K. Anand
Foto: AP

A corte estudará a condenação de Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta, que poderiam pegar pena de morte pelas 13 acusações em que foram considerados culpados, entre elas sequestro, estupro e assassinato.

"Todos os acusados - que estavam presentes na sala e cercados por um forte aparato de segurança - foram condenados em todas as acusações", afirmou o juiz Yogesh Khanna, segundo um advogado dos réus, V.K. Anand.

Os pais da vítima, que pediram a pena de morte para os acusados em várias ocasiões, escutaram o veredicto a poucos metros do magistrado e com "lágrimas nos olhos", segundo testemunhas presentes na sala.

Um quinto envolvido no crime, que é menor de idade, foi condenado em outro julgamento a três anos de reclusão em uma unidade correcional, uma decisão que causou indignação na família da vítima e em outros grupos sociais, que reivindicaram que o rapaz fosse julgado como um adulto e condenado à morte. Um sexto acusado, maior de idade, se suicidou na prisão, segundo a versão oficial.

A vítima, uma estudante de fisioterapia, retornava com um amigo do cinema no dia 16 de dezembro do ano passado e foi estuprada e torturada pelos seis homens após entrar em um ônibus em Nova Délhi. A jovem morreu 13 dias depois em um hospital de Cingapura.

O ataque gerou uma onda de protestos no país asiático e levou a um profundo debate sobre a discriminação e a violência que as mulheres sofrem no país. Diante da magnitude dos protestos, o governo foi forçado a modificar a legislação e endurecer as penas contra os crimes sexuais e criar cortes de via rápida para os casos de estupro, entre outras medidas.

Os manifestantes acusaram à polícia de omissão nos casos de violência sexual e os tribunais de não condenarem os estupradores.

Desde o caso da jovem em dezembro, a Índia vive em um estado de paranóia devido às contínuas acusações de violência sexual que aparecem na imprensa local e internacional. Essas denúncias afetaram o turismo na Índia, segundo dados oficiais e das agências de turismo.

EFE   
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