Maduro diz que quem se mete com Diosdado Cabello está se metendo com ele
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira que quem se mete com o presidente do parlamento, Diosdado Cabello, também se mete com ele, em referência à informação publicada por um jornal americano que garante que Cabello está sendo investigado nos Estados Unidos por suspeita de vínculos com o narcotráfico.
"Quem se mete com Diosdado, está se metendo conosco, se metendo comigo, vamos defender Diosdado como defendemos nosso país no mês de março do ataque dos Estados Unidos", afirmou o presidente durante seu programa de rádio e televisão semanal "Em contato com Maduro".
Na opinião do presidente venezuelano, Cabello "vem sendo vítima" desde janeiro "de um ataque brutal da extrema-direita midiática do eixo Bogotá-Madri-Miami através de meios de comunicação de Miami, do 'Wall Street Journal', da publicação fascista, franquista 'ABC' da Espanha".
"Não é qualquer ataque, é um ataque contra Diosdado, líder do Partido Socialista, quadro fundamental da revolução bolivariana, presidente da Assembleia Nacional", frisou.
Maduro anunciou que iniciará "uma campanha nacional e internacional" em defesa de Cabello, do governador do estado de Aragua, Tareck el Aissami, e de outros dirigentes, que foram vinculados com investigações relacionadas com o narcotráfico por parte dos EUA.
"Como podem acusar Diosdado de traficante, por favor? Querem aplicar o modelo que aplicaram em outras realidades, em outras épocas?", questionou. "Quem se mete com a Venezuela está bem errado, pois a Venezuela tem a reserva moral para enfrentar essas investidas", acrescentou.
O presidente garantiu que "esta campanha se baseia em mentiras de traidores" e advertiu que "a lei deve ser aplicada com maior severidade contra o traidor, contra aquele que vende sua alma aos inimigos da pátria".
O jornal nova-iorquino "The Wall Street Journal" reportou na segunda-feira que a Justiça americana está investigando há anos funcionários do alto escalão venezuelano sob a suspeita de terem transformado o país sul-americano em um centro global de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro.
Entre os funcionários venezuelanos investigados está Cabello, segundo diferentes fontes anônimas consultadas pelo "Wall Street Journal".
O presidente da Assembleia Nacional negou hoje a informação do jornal americano e considerou que se trata de uma campanha para atacar a Venezuela. Além disso, Cabello exigiu que aqueles que divulgaram essas afirmações apresentem provas.
"Se amanhã, estes senhores que me acusam apresentarem uma prova, que me acusem, mas, enquanto isso não acontece, tenham certeza que seguirei à frente desta revolução, como prometi ao presidente (Hugo) Chávez", disse Cabello durante uma sessão da Assembleia Nacional.