COP30 em Belém coloca a Amazônia no centro do mundo diante do impasse climático
A presença de líderes internacionais em Belém do Pará, no Brasil, poucos dias antes da abertura oficial da COP30, na segunda-feira (10), é uma oportunidade para o mundo inteiro refletir sobre o desafio climático. O assunto é destaque nos principais jornais franceses nesta sexta-feira (7), que analisam a dificuldade de conter o aquecimento global a +1,5 °Celsius em relação à era pré-industrial.
A presença de líderes internacionais em Belém do Pará, no Brasil, poucos dias antes da abertura oficial da COP30, na segunda-feira (10), é uma oportunidade para o mundo inteiro refletir sobre o desafio climático. O assunto é destaque nos principais jornais franceses nesta sexta-feira (7), que analisam a dificuldade de conter o aquecimento global a +1,5 °Celsius em relação à era pré-industrial.
"Ultrapassar este objetivo", mesmo que temporariamente, "é inevitável" e terá "consequências dramáticas", alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, no Brasil. "A ciência não mente", declarou, minutos antes, Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Os dois discursos, citados pelo jornal Le Figaro, resumem o tamanho do desafio: "acelerar a saída dos combustíveis fósseis, reduzir drasticamente as emissões de efeito estufa e proteger as florestas e os oceanos". Para Guterres, "a falta de coragem política" entrava o verdadeiro progresso.
"Não podemos abandonar o objetivo do Acordo de Paris", afirmou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ao recepcionar lideranças internacionais em Belém, no coração da Amazônia. "A janela de oportunidade para agir se fecha rapidamente", reiterou, destacando as previsões de um aquecimento de +2,5 °C até o fim do século. As consequências, se isso acontecer, podem ser "drásticas", citou o presidente brasileiro: "Mais 250 mil pessoas morrerão a cada ano, o crescimento mundial diminuirá em 30%", alertou. E os esforços feitos até o momento não são suficientes, concordaram outros dirigentes.
Porém, como símbolo de um contexto geopolítico e econômico tenso, somente algumas dezenas de chefes de Estado e de governo aceitaram o convite do Brasil para participar do evento em Belém. Entre os presentes, está o presidente francês Emmanuel Macron. O centrista foi recebido com euforia nas ruas do Pelourinho, na Bahia, na quarta-feira (5), antes de viajar ao Pará. Um contraste com "os recordes de sua impopularidade na França", destaca o Le Figaro. Macron participou na quinta-feira (6) do encontro de líderes que antecede as discussões da COP30, antes de viajar para o México. Para a imprensa francesa, o presidente "Macron tenta se manter fora da política nacional".