Mulher pede dipirona à PM e consegue denunciar agressor no MS; ouça áudio
Em Mato Grosso do Sul, um pedido por telefone levou policiais até uma vítima de violência doméstica. A mulher, moradora de Campo Grande, ligou para o 190 e solicitou uma "dipirona". Do outro lado da linha, o atendente da Polícia Militar percebeu o disfarce e conduziu a conversa com cuidado.
A ligação foi feita ao Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM). Embora a frase inicial — "Alô... eu preciso de uma dipirona" — parecesse corriqueira, ela carregava um alerta silencioso. Os policiais agiram com rapidez e chegaram ao local a tempo. O agressor foi preso, e a mulher foi encontrada sem ferimentos graves.
Como identificar um pedido de socorro disfarçado?
Durante o atendimento, o policial passou a usar uma linguagem codificada para proteger a vítima. "A senhora confirma aí, se for positivo a informação, a senhora fala dipirona novamente. É seu marido?", perguntou. "Sim, é a dipirona, sim", respondeu a mulher.
Com o risco em curso, o agente quis saber mais: "Agora fala a intensidade da agressividade aí, a senhora miligramas, 10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas. Qual é a intensidade da agressividade dele?" A vítima respondeu de forma direta: "30".
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A gravação da chamada foi divulgada nas redes sociais da Polícia Militar, com a voz alterada para preservar a identidade da vítima. A corporação afirmou que ações como essa são parte da campanha Agosto Lilás, voltada à prevenção da violência contra a mulher.
Dias após a ocorrência, a mulher ligou novamente para agradecer. "O socorro chegou a tempo", escreveu a PMMS, ao publicar a gravação. Um policial comentou: "Sempre que conseguimos impedir e trazer alívio para as vítimas e a família, é extremamente gratificante".
Em caso de violência, denuncie
Casos de violência doméstica podem ser denunciados pelo 190, pelo 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou pelo Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos humanos. O aplicativo Direitos Humanos Brasil e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos também oferecem canais digitais para esse tipo de denúncia.
A Lei Maria da Penha se aplica a agressões praticadas por parceiros, familiares e ex-companheiros. A denúncia pode ser feita em até seis meses após o episódio.