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Governo sofre nova derrota e perde aliado no comando de CPI

Relatorias da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake news ficaram nas mãos de senador independente e de deputada federal da oposição

4 set 2019 - 15h49
(atualizado às 15h57)
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Em uma nova derrota no Congresso, o governo perdeu os principais postos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake news, instalada nesta quarta-feira, 4. A presidência do grupo ficou na mão do senador Angelo Coronel (PSD-BA), que tem um perfil considerado independente, e a relatoria com a deputada Lidice da Mata (PSB-BA), oposição a Jair Bolsonaro.

A CPI foi criada com o objetivo de investigar a disseminação de notícias falsas nas eleições presidenciais do ano passado. A proposta da comissão foi gerida pelo Centrão e teve articulação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O grupo e o presidente da Casa são alvos de ataques virtuais de redes bolsonaristas.

Congresso
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Foto: Câmara dos Deputados / BBC News Brasil

"Precisamos dar um basta nisso e descobrir quais são os focos dessa indústria de fake news que abala a democracia brasileira", afirmou Angelo Coronel. Em outro recado contra ataques nas redes, o Congresso derrubou, na semana passada, o veto de Bolsonaro ao projeto que determina penas mais duras à propagação de notícias falsas.

Na arena política, o que se pretende é blindar congressistas que são alvos de ataques na internet e identificar responsáveis por essas críticas. Entre os alvos potenciais, estão apoiadores de Bolsonaro e parlamentares aliados que fazem transmissões ao vivo nas redes sociais durante as votações do Congresso, grupo conhecido como "bancada da live".

Nos bastidores, porém, a avaliação é de que o escopo amplo da CPI pode dar margem para investidas também contra opositores ao governo. Um dos focos de governistas é a divulgação de supostas mensagens trocadas entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Composta por 15 senadores e 15 deputados titulares e igual número de suplentes, a comissão terá 180 dias para concluir seus trabalhos.

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