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Política

Flávio quer investigação de promotores do MP por "vazamento"

Senador eleito disse em entrevista à Rede TV que vai representar ao Conselho Nacional do Ministério Público após divulgação de dados sobre sua movimentação bancária

21 jan 2019 - 01h41
(atualizado às 07h27)
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SÃO PAULO - O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse em entrevista à Rede TV exibida neste domingo, 20, que vai pedir para o Conselho Nacional do Ministério Público investigar o vazamento à imprensa de trechos do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações suspeitas em sua conta bancária.

"Meu sigilo foi quebrado de forma ilegal e vazado para a imprensa com o objetivo de me prejudicar e prejudicar o governo que está começando", afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro. Ele voltou a negar irregularidades em sua movimentação financeira e levantou suspeita sobre a atuação dos promotores do Ministério Público do Rio, que investigam o caso.

Flávio Bolsonaro com jornalistas no Rio de Janeiro
23/10/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Flávio Bolsonaro com jornalistas no Rio de Janeiro 23/10/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

"Está circulando imagem de supostos promotores com camisas dizendo 'sou do MP e sou contra o golpe'. É uma clara evidência de simpatia com o PT", afirmou o deputado estadual por quatro mandatos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). "Na verdade, estão vendendo uma narrativa de que meu ex-assessor (Fabrício Queiroz) que pegava tudo (salário de assessores) e depositava na minha conta", completou.

À Rede TV, Flávio Bolsonaro repetiu que os depósitos fracionados em sua conta no valor total de R$ 96 mil e o pagamento de um título de R$ 1 milhão junto à Caixa Econômica Federal são fruto de transação imobiliária. A mesma versão ele deu em entrevista à TV Record, também exibida neste domingo.

Trechos de um relatório do Coaf revelados na última semana pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, mostraram que Flávio Bolsonaro recebeu em sua conta pessoal 48 depósitos de R$ 2 mil feitos em um caixa eletrônico da Alerj e pagou R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa.

"Isso (título de R$ 1 milhão) é um financiamento imobiliário", afirmou. "Sou empresário, recebo por ano de lucro da minha empresa muito mais do que ganho como deputado. No comércio você pega muito dinheiro em espécie. Além disso, eu vendi esse imóvel por R$ 2,4 milhões e recebi parte do pagamento em espécie. Essa é a origem do dinheiro. É meu dinheiro depositado na minha própria conta. Estão conseguindo criminalizar isso", afirmou.

Segundo Flávio Bolsonaro, o objetivo da divulgação de sua movimentação bancária identificada pelo Coaf é "atingir" o presidente Bolsonaro. No sábado, 19, ele foi visitar seu pai no Palácio da Alvorada e admitiu ter conversado sobre o assunto com o presidente. "Ele me disse 'a estratégia é a seguinte, Flávio, a verdade'", contou.

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