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"Eu nem sairia de Curitiba", diz Lula a advogado

Ex-presidente preso na capital paranaense recebeu a visita de cinco advogados nesta segunda-feira, 9

9 jul 2018 - 17h33
(atualizado em 10/7/2018 às 07h15)
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Descrente de que poderia ficar solto por muito tempo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a advogados que o visitaram nesta segunda-feira, 9, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde cumpre prisão, que não deixaria a capital paranaense caso tivesse sido solto no domingo. "Para onde Lula iria correr? É uma pessoa conhecida, sabe de suas responsabilidades. Ele me disse claramente: 'Eu nem sairia de Curitiba, ficaria esperando o que decidiriam a meu respeito, porque sabia que isso não iria longe'", declarou o ex-ministro da Justiça e advogado do PT, Eugênio Aragão, após visitá-lo.

Lula segue preso em Curitiba, cumprindo pena de 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro
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Foto: DW / Deutsche Welle

O petista recebeu a visita de cinco advogados. Além de Aragão, estiveram na sede da PF em Curitiba Cristiano Zanin e Luiz Carlos da Rocha, da área criminal, e Luiz Fernando Casagrande Pereira, advogado eleitoral, Manoel Caetano, contitucionalista. Conforme Zanin, Lula se manteve sereno mesmo diante da negativa da soltura.

Aragão e Zanin argumentaram que, mesmo que fosse revertida no dia seguinte, a decisão do desembargador federal Rogerio Favreto concedendo a liberdade ao ex-presidente deveria ter sido cumprida. Aragão disse que as regras processuais, de competência e jurisdição foram "subvertidas" com as decisões posteriores a da soltura.

"O tema levado pelo habeas corpus era o direito de o Lula poder fazer campanha como pré-candidato à Presidência. Esse tema nunca foi levado à Justiça. Foi com base nisso que ele (Favreto) decidiu", delarou Aragão, afirmando que a liminar só poderia ser revertida pela 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) ou por tribunais superiores, mas apenas após o término do plantão de Favreto.

Zanin disse ainda que a defesa criminal do ex-presidente está estudando a possibilidade de complementar os recursos judiciais já nos tribunais superiores com os fatos ocorridos neste domingo. "A defesa técnica sempre chamou atenção para o fato de que o ex-presidente não estava tendo acesso a um julgamento justo e imparcial", disse.

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Estadão
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