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Estadão Conteúdo

Por dentro da corrida: o novo Fila Racer Carbon 3 e a engenharia do desempenho

Processo de desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3 levou a performance, biomecânica, eficiência energética e longevidade para as ruas

11 jul 2025 - 08h11
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Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Foto: Fila/Estadão / Estadão

Visitei o Dass Creation Center em Ivoti (Rio Grande do Sul) para acompanhar de perto o desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3, nova geração do super tênis de corrida da marca com placa de carbono. Mais do que um produto final, o que vi ali foi um processo de engenharia meticuloso, fruto de dois anos de testes intensivos em laboratório e em campo. Foram exatamente 6.622 quilômetros rodados até que o modelo estivesse pronto para chegar ao mercado.

Quem guiou a visita foi Neemias Schmitt, coordenador de design de performance da Fila, que mostrou todas as etapas do desenvolvimento do tênis. Desde os protótipos digitais, passando por mockups impressos em 3D (usados para agilizar os testes visuais), até a confecção dos moldes e componentes físicos. O que se vê ali é um trabalho que mistura criatividade, biomecânica e precisão industrial.

Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Foto: Fila/Estadão / Estadão

O Racer Carbon surgiu em 2021 como o primeiro tênis com placa de fibra de carbono da Fila. Em 2023 veio a segunda geração, já reconhecida como um super tênis. Agora, em 2025, a terceira versão chega com um salto técnico considerável: segundo a marca, oferece 15% a mais de amortecimento em relação ao Carbon 2 e 35% a mais de responsividade.

Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Foto: Fila/Estadão / Estadão

O cabedal é feito em S-Knit com ponto inglês (uma técnica que garante maior resistência multidirecional das fibras), o que proporciona suporte, ajuste preciso no pé, respirabilidade e durabilidade. A placa Speed Carbon, feita 100% em fibra de carbono, ganhou nova geometria e mais rigidez para aumentar a propulsão. A entressola usa o Speed Tech Foam, um blend de PEBA e EVA que busca equilibrar leveza, retorno de energia e durabilidade. Já a sola é feita de Ever-Grip, voltada para garantir mais tração no asfalto.

Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Desenvolvimento do Fila Racer Carbon 3
Foto: Fila/Estadão / Estadão

Uma das mudanças mais importantes nesta nova edição foi no rocker na região do antepé. A combinação entre o formato curvo (que ajuda na transição da passada) e a densidade da espuma foi redesenhada para tornar o tênis menos agressivo, atendendo não só aos corredores de elite, mas também a um público mais amplo. O objetivo, segundo Neemias, é oferecer mais estabilidade e conforto prolongado. "A Fila não pensa só no desgaste do tênis, pensa também no desgaste ligamentar e muscular dos corredores", diz ele. "O Racer Carbon 3 tem foco, claro, na performance, mas também em preservar a saúde dos atletas."

Fila Racer Carbon 3
Fila Racer Carbon 3
Foto: Diego Ortiz/Estadão / Estadão

Já a criação da entressola exigiu uma cadeia técnica de processos industriais: o blend de espuma passa por injetora, baby form, autoclave, pré-forma, conformação e resfriamento antes de ser colado ao cabedal. E essa escolha do material também não foi aleatória. A Fila se baseou em um estudo publicado na revista Footwear Science escrito por C. Aimar, L. Orgéas, S. Rolland, L. Baillya e D. Ferré Sentis. O artigo mostra que a espuma 100% PEBA, embora mais leve e macia, apresenta rápida degradação por ser mais porosa e suscetível a microfissuras.

Fila Racer Carbon 3
Fila Racer Carbon 3
Foto: Diego Ortiz/Estadão / Estadão

Os testes realizados no centro de inovação de Ivoti comprovaram isso. Um modelo com 100% PEBA teve perda de energia (chamada de energy loss) de 21% quando novo e de 40% após 500 km de uso. Já o blend usado no Racer Carbon 3 teve perdas de 22% e 27%, respectivamente, mostrando uma curva de durabilidade muito mais estável.

Fila Racer Carbon 3
Fila Racer Carbon 3
Foto: Diego Ortiz/Estadão / Estadão

Melhor para o quadril

Outro dado curioso dos testes: o amortecimento um pouco mais firme, além de melhorar a resposta do tênis, também se mostrou mais eficiente na preservação da articulação do quadril. Isso porque gera um vetor mais reto na passada, enquanto amortecimentos mais macios projetam as articulações para fora em um movimento considerado menos natural.

No fim da visita ficou fácil perceber que o Racer Carbon 3 não é apenas uma atualização de produto. É resultado de uma discussão mais ampla sobre biomecânica, eficiência energética e longevidade na corrida. Discussão essa, que agora, com cada vez mais corredores nas ruas, precisa ser muito mais ampla do que só performance.

Estadão
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