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Eleições em SP: Nunes mira zona eleitoral de Boulos, e psolista chama adversário de 'prefeito fantoche'

Candidatos trocam críticas e disputam votos de indecisos em agenda desta quarta-feira, 9

9 out 2024 - 23h37
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Nunes e Boulos em agenda desta quarta-feira, 9
Nunes e Boulos em agenda desta quarta-feira, 9
Foto: Divulgação e Maria Luiza Valeriano/Terra

A disputa pela Prefeitura de São Paulo ganha novos contornos no segundo turno, com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) buscando atrair eleitores indecisos e antigos apoiadores de Pablo Marçal (PRTB) nesta quarta-feira, 9.

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Em um evento na Casa de Portugal, na capital paulista, Boulos criticou Nunes, acusando-o de ser um "fantoche" do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de permitir a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na capital. Já Nunes, em uma caminhada no Jardim São Luís, reduto de votos de Boulos na zona sul, reforçou sua experiência administrativa e acenou para os eleitores de Marçal, buscando fortalecer sua base entre os conservadores.

Nunes vai a zona eleitoral de adversário

O atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, continuou nesta quarta-feira sua busca por votos dos eleitores que moram na zona sul da capital paulista. No entanto, diferente do dia anterior, em que foi no Jabaquara, uma das zonas eleitorais da região sul em que venceu no primeiro turno das eleições municipais, nesta quarta ele mirou em um bairro do extremo da zona sul em que seu adversário Boulos (PSOL) saiu vitorioso: o Jardim São Luís.  

De acordo com a Justiça Eleitoral, das 57 zonas eleitorais da cidade, Boulos levou a melhor em 20 no primeiro turno, enquanto Nunes ficou com 17. Nas outras 20 zonas eleitorais, o então candidato Pablo Marçal (PRTB) foi quem venceu.

Analisando somente as zonas eleitorais da zona sul, o prefeito foi o preferido pela maior parte da região, que ele tem como base desde que era vereador. Ele garantiu vitória em locais como Pedreira, Capela do Socorro, Parelheiros e Grajaú. Boulos levou a melhor em outras zonas da região, como Jardim São Luís, Capão Redondo e Campo Limpo.

Embora o Jardim São Luís seja uma zona eleitoral de Boulos, quando questionado se uma das suas estratégias no segundo turno é estar presente em redutos do seu adversário, Nunes afirmou que "vai visitar, fazer caminhada e conversar com a população em toda a região".

"Eu vim fazer uma vistoria aqui na UBS do Parque Santo Antônio, que eu vivi muito tempo aqui, que está muito pertinho, e já aproveitei para fazer a caminhada. Estou associando as minhas atividades como prefeito para fazer as atividades de campanha conjuntamente para poder potencializar o meu tempo. Essa é uma região superimportante para a gente e que, eu não tenho dúvida nenhuma, aposto que, com quem quiser, eu vou ser o primeiro colocado aqui", disse.

Nunes vence em 17 zonas eleitorais, Boulos em 20 e Marçal em outras 20
Nunes vence em 17 zonas eleitorais, Boulos em 20 e Marçal em outras 20
Foto: Estadão

No Jardim São Luís, Nunes fez uma caminhada pelo comércio. O ato começou às 11h15, como programado, e foi finalizado às 11h45. Ao menos cem pessoas estavam presentes e tentaram se aproximar do prefeito, o que gerou alguns empurrões. Durante esses 30 minutos, o emedebista andou por uma feira, que sempre ocorre na região às quartas-feiras e aos domingos, conversou com eleitores, abraçou e tirou fotos. Ele também passou por alguns comércios, mas não entrou em nenhum estabelecimento. 

Antes de encerrar o evento, o candidato do MDB conversou com jornalistas. Duas estratégias utilizadas foram a de reforçar a falta de experiência de Boulos e acenar para os eleitores de Marçal. "Eu tenho a expectativa grande de que o eleitor do Marçal virá com a gente. Um eleitor que tem, na nossa proposta, muita sintonia para que a gente, inclusive, possa vencer a extrema-esquerda. Hoje tem dois candidatos. Eu represento a ordem, do lado de lá, a desordem. Eu represento a experiência, do lado de lá, a inexperiência", comentou.

"Colocar para as pessoas os dois candidatos que foram para o segundo turno, qual é a diferença entre um e outro e aguardar a votação dos eleitores do Pablo Marçal, porque são eleitores que a maioria é de direita, é o campo que a gente representa, o centro e a direita", acrescentou Nunes. 

Nunes ironiza falas de Marçal e confirma que terá agenda de campanha com Bolsonaro:

Apesar de acenar para os eleitores de Marçal, o prefeito ironizou ao responder os recentes comentários do empresário. "Ele é muito ruim de prognóstico. Ele falou que não ia ter segundo turno para ele, né? Então, que ele acerte mais uma vez o prognóstico dele", disse. A fala de Nunes ocorre após Marçal afirmar, na última terça-feira, 8, que acredita na vitória de Boulos nas eleições municipais da capital e dizer que não apoiará o emedebista.

Nunes também confirmou que há conversas em andamento para definir uma agenda conjunta com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha para o segundo turno, reforçando o apoio do ex-chefe do Executivo. "Talvez venha na semana que vem", disse o prefeito. A expectativa é de que Nunes e Bolsonaro participem de um café com lideranças partidárias, incluindo vereadores e deputados.

Para a região visitada, o prefeito citou alguns projetos, como obras de infraestrutura contra alagamentos e melhorias em educação, incluindo a construção de novos Centros Educacionais Unificados (CEUs). Sobre a segurança pública, mencionou a ampliação do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), além do uso de tecnologia com o programa Smart Sampa, que promete aumentar o número de câmeras de vigilância na cidade.

Boulos busca conquistar indecisos

Na noite desta quarta-feira, Boulos organizou uma plenária na Casa de Portugal, reunindo centenas de apoiadores, onde começou a traçar uma estratégia para atrair os votos de Pablo Marçal, que perdeu ainda no primeiro turno. O evento, lotado, teve um tom de urgência, com Boulos e convidados convocando os eleitores a se engajarem mais.

A vice de Boulos, Marta Suplicy (PT), participou do encontro, que contou com a presença de figuras políticas como a deputada federal Erika Hilton (PSOL) e a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL), assim como uma série de representantes do PT, PSOL, PSB e também do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Boulos diz que Nunes é fantoche do governador Tarcísio e que Bolsonaro não irá 'colocar as garras' na prefeitura:

Em seu discurso, Marta destacou a importância de conquistar os indecisos. "Tem gente que não está decidida. Ela não é do contra e nem a favor. Cada um que saiu de casa nesse dia difícil tem muito trabalho para fazer", afirmou.

O apelo direto aos eleitores de Marçal foi evidenciado com o discurso do vereador Eliseu Gabriel, do PSB, partido da Tabata Amaral, que também foi derrotada no primeiro turno. "Tem que conversar com eles, sem gritaria. Eles têm essa pegada empreendedora. Temos de dizer que eles vão poder melhorar de vida", disse.

Além disso, foi reforçado que apoiadores deveriam buscar a campanha para garantir acesso a vídeos. A estratégia seria de repercutir o conteúdo nas redes sociais  - tática amplamente usada pelo Marçal. 

O candidato também intensificou as críticas ao adversário. Durante a plenária, o chamou de "prefeito laranja" e "fantoche", que teria dois principais mandatários por trás: o governador Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Bolsonaro.

Boulos disse que queria "deixar uma mensagem para o governador do Estado, que está fazendo de tudo. Usa o nosso adversário como fantoche para tentar viabilizar uma candidatura dele à Presidência em 26. Eu quero dizer para ele: Tarcísio, você não vai ser presidente porque nós vamos reeleger o Lula".

Quanto ao ex-presidente, Boulos afirmou que Bolsonaro não vai "colocar as garras dele na prefeitura". O ex-presidente indicou o vice da chapa de Nunes, o Coronel Mello Araújo (PL).

O psolista também prometeu que, caso o adversário falte a um debate, irá convocar a militância para protestar na frente da sede da prefeitura. A fala faz referência ao pedido de Nunes de reduzir os debates do segundo turno para apenas três, atitude considerada "fuga" por parte de Boulos. "Se ele foge e tem medo, a gente vai debater olho no olho com o povo dessa cidade. Vai ter debate".

Fonte: Redação Terra
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