Veja frases do debate entre candidatos ao governo do RJ
Com debate morno, candidatos tentaram alfinetar adversários com frases espinhosas
Apesar de muito engessado, e notadamente morno, o debate da Rede Record na noite desta sexta-feira, no Rio, foi marcado por frases espinhosas disparadas pelos candidatos. Sobraram farpas para todos os lados na tentativa de levar o adversário ao "nocaute".
Uma curiosidade: em primeiro lugar na pesquisa, com perfil estritamente técnico e contido, o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) não pontuou no quesito "frasista" no embate da Record. Foi alvo o tempo todo de ataques, mas não emplacou nenhuma declaração de efeito.
“Eu costumo dizer que quem paga a orquestra, escolhe a música. Empresa não faz doação, faz investimento”, posicionou-se Tarcísio Motta (PSol), ao criticar o financiamento de candidaturas por grandes empresas, que bancariam, segundo ele, as campanhas, para depois cobrar a fatura.
“Quem entende muito bem de milícia é o Pezão. Eu entendo é de segurança pública”, disse Anthony Garotinho (PR), ao responder a uma pergunta sobre o crescimento da atuação dos grupos milicianos no Rio, ironizando o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
“O governo Cabral foi muito generoso com as grandes empresas. Eike Batista, apesar de falido, agradece muito ao governo dele”, ironizou Tarcísio Motta (PSol), se referindo ao tratamento dado pela gestão do ex-governador Sérgio Cabral (2007-abril de 2014) aos empresários.
“O PT tem que sair de todos os governos do PMDB (no Rio de Janeiro)”, defendeu Lindberg Farias (PT), cujo partido só deixou o governo Sérgio Cabral em 2014, depois de uma aliança de dois mandatos.
“Você vai ter que ir para o confessionário e pedir muito perdão a Deus”, soltou Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, ao governador Pezão depois de citar os problemas por que passam os moradores da Baixada Fluminense, atribuindo-os ao governo do Estado.
“Graças a Deus me livrei do Pezão, do (Jorge) Picciani (deputado pelo PMDB), do Paulo Melo (presidente da Assembleia Legislativa) e da quadrilha do PMDB. Todo mundo erra. Eu errei”, disse Anthony Garotinho, mostrando-se arrependido de já ter pertencido ao grupo do governador.
“Por trás das OS, só tem negociatas”, alfinetou Lindberg Farias, ao citar as Organizações Sociais (OS), que administram vários serviços públicos no Rio.
“Um governo precisa ter mãos limpas. Senão, suja tudo. Se seus assessores colocam guardanapo na cabeça, você fica sem moral com a tropa”, defendeu Marcelo Crivella (PRB), em referência ao episódio em que secretários do então governador Sérgio Cabral foram fotografados em Paris com o empresário Fernando Cavendish, com guardanapos na cabeça. O episódio desgastou o governo Cabral, pois Cavendish se envolveu em denúncias de corrupção.