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PMDB é aliado de petistas e tucanos nas eleições em Minas

O segundo turno na capital mineira criou uma aliança inusitada para peemedebistas

4 out 2016 - 16h51
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Antônio Andrade, o segundo sentado da direita para a esquerda, de mãos dadas com Rodrigo Pacheco, Aécio Neves e João Leite
Antônio Andrade, o segundo sentado da direita para a esquerda, de mãos dadas com Rodrigo Pacheco, Aécio Neves e João Leite
Foto: Reprodução

O controverso processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff parece não ter surtido nenhum efeito nos correligionários do PMDB em Minas Gerais. Atualmente a sigla tem a vaga de vice-governador ocupada pelo presidente do partido, Antônio Andrade. O governador Fernando Pimentel é do PT.

O PMDB é o partido que mais elegeu prefeitos no Brasil nestas eleições de 2016, mas sofreu reveses nas principais capitais do país. Em São Paulo, Marta Suplicy ficou na quarta colocação, no Rio de Janeiro, Pedro Paulo foi superado por Marcelo Freixo e em Belo Horizonte também levou a terceira colocação com Rodrigo Pacheco.

E foi nesta última capital que o início da campanha do segundo turno causou uma situação “incomum” para os peemedebistas. Nesta terça (4) o presidente da sigla, Antônio Andrade confirmou o apoio ao deputado estadual João Leite (PSDB).

No Parlamento e na campanha, Leite sempre foi um duro crítico ao governo do Estado. Num dos debates, confrontado pelo candidato petista Reginaldo Lopes na CPI do Mineirão (que não foi aprovada), o tucano insinuou que Fernando Pimentel teria participação no negócio, por meio de um sócio.

O deputado estadual Rogério Correia publicou uma foto do encontro que selou o apoio com a legenda: “Alta traição e conchavos. Aecio e Antônio Andrade negociam golpe em Minas para apoio a João Leite”.

Em entrevista ao jornal O Tempo Andrade afirmou que não havia nenhum constrangimento no apoio e negou que estivesse com relações rompidas com Fernando Pimentel. O governador foi procurado, mas sua assessoria disse que "o governo do Estado não se manifesta sobre assuntos relativos ao processo eleitoral".

Foto: Reprodução

"Compromisso pela verdade"

Leite evitou se alongar nas explicações e disse que ele e Rodrigo eram dois homens que fizeram propostas para Belo Horizonte. Podemos ter algum tipo de diferença, mas convergimos nas ideias. Em cima desse compromisso pela verdade nos unimos pelo segundo turno.

O deputado federal e terceiro colocado criticou Kalil e disse que jamais apoiaria alguém que fosse “representante da desesperança”. O adversário do PSDB tem como um de seus principais motes de campanha a ideia de que não vai fazer nenhuma obra em Belo Horizonte, mas fazer funcionar o que já existe.

Dobradinhas ensaiadas nos debates

Além de Rodrigo Pacheco, o candidato João Leite também demonstrou uma relação bastante amistosa com o candidato Délio Malheiros (PSD). O apoio de Délio não foi confirmado, mas o vice-prefeito teve apenas 5,45% dos votos válidos. Pacheco teve quase o dobro.

Nos dois últimos debates realizados pela TV Alterosa e pela TV Globo Minas, Leite mostrou mais segurança ao comentar cifras referentes ao orçamento da atual administração. O PSDB também ajudou a compor o governo do qual Délio faz parte. Os tucanos ocuparam quatro secretarias municipais e duas regionais, além da empresa de Transportes Urbanos.

Foto: PMDB/MG

Kalil com o PT?

Alexandre Kalil já demonstrou não querer o apoio dos candidatos derrotados. Segundo ele, o apoio de que precisa é da população. Durante a campanha ao primeiro turno ele foi contestado diversas vezes por causa de débitos trabalhistas e de IPTU.

No entanto, os 7,27% de votos válidos a Reginaldo Lopes (PT), somados aos números de brancos, nulos e abstenções podem ser buscados pela equipe de Kalil. Em 30 anos, nunca foi registrado um índice tão alto de ausências, votos brancos e nulos em BH.

Reginaldo declarou-se isento neste segundo turno, mas retuitou a mensagem de um eleitor que disse que votaria no ex-cartola no dia 30 de outubro. 

Foto: Reprodução
Fonte: Especial para Terra
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