PUBLICIDADE

PR: com sede trancada, PMDB escolhe nova executiva estadual

15 ago 2014 - 20h33
(atualizado em 16/8/2014 às 18h20)
Compartilhar
Exibir comentários

Convocado pelo senador Roberto Requião, candidato ao governo do Paraná, o diretório estadual do PMDB aprovou a dissolução da executiva do partido, substituindo o deputado federal Osmar Serraglio pelo assessor da vice-presidência da República, Rodrigo Rocha Loures, na presidência da legenda. 

Dos 70 membros do diretório, 46 compareceram à reunião convocada por Requião, sendo que 42 votaram pela dissolução (garantindo a maioria simples necessária), três contra e um votou em branco. Além do presidente, o diretório substituiu o secretário-geral, ex-governador Orlando Pessuti, por Sérgio Ricci e o terceiro vice-presidente, Reinhold Stephanes Junior pelo deputado federal João Arruda. Também perderam o cargo na executiva os suplentes Doático Santos, e Alexandre Curi, trocados por Antonio Anibelli Neto e Requião Filho.

A reunião extraordinária do diretório foi realizada na calçada avenida Vicente Machado, em Curitiba, em frente ao diretório estadual do partido, que estava fechado, com um cartaz de luto pela morte de Eduardo Campos, o que foi classificado pelos aliados de Requião como uma manobra do grupo de Serraglio para tentar impedir a realização da reunião. Os requianistas, então, montaram uma tenda na calçada e realizaram a “convenção” ali mesmo. Tão logo o resultado da votação foi divulgado, Rocha Loures como primeiro ato como presidente do partido determinou a abertura de sede. Um chaveiro já estava de plantão aguardando a ordem.

Os deputados Luiz Claudio Romanelli, Caito Quintana, Nereu Moura, e Luiz Eduardo Cheida, foram mantidos na executiva. Na avaliação dos integrantes do diretório, os quatro não incorreram em infidelidade partidária na campanha, principal motivo para o afastamento dos demais membros. Requião afirmou que a dissolução da executiva do PMDB foi necessária para interromper o processo de boicote à campanha do partido. “Foi para garantir a unidade de comando do PMDB”, afirmou o senador, que acusa os dirigentes afastados de trabalharem em favor da reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Segundo o senador, o processo teria o aval do diretório nacional, segundo Requião. “Temos a garantia de respaldo do diretório nacional. Eles também não querem ver esta bagunça aqui”, afirmou o candidato ao governo.

Ele disse que a revogação da resolução que permitia o palanque duplo entre os filiados e candidatos do partido não foi suficiente para evitar a dissolução. De acordo com o senador, além de trabalhar contra a candidatura do partido ao governo, a direção afastada também impediu que os candidatos a deputado gravassem o programa eleitoral do partido até agora. “Até hoje, os deputados não gravaram. Vamos acabar sem aparecer na televisão”, disse.

O novo presidente do partido disse que a reunião tem respaldo legal e nenhum risco de ser derrubada administrativamente, ou mesmo, judicialmente. “O nosso estatuto prevê que podemos convocar essa reunião e que, por maioria simples, podemos dissolver a Executiva. Temos todo o amparo legal, além da anuência da nossa direção nacional”, disse Rocha Loures, que lembrou que os deputados aliados a Beto Richa foram a Brasília, antes da convenção, pedir para que a direção nacional respeitasse a convenção estadual do partido. “E depois que a convenção definiu pela candidatura do Requião, eles que não estão respeitando, fazendo campanha contra”, afirmou.

Loures afirmou que a mudança de comando não é uma caça às bruxas, “só estamos tirando do comando as pessoas que têm resistido à unidade e atrapalhado o projeto eleitoral do PMDB, Nos precavendo do risco de haver descompasso entre a campanha e as decisões do partido”. Ele disse, ainda, que os dissidentes não serão obrigados a fazer campanha por Requião, “mas serão enquadrados na regra da fidelidade partidária caso façam campanha contra”.

O ex-governador Orlando Pessuti, secretário-geral do partido até esta sexta-feira, registrou Boletim de Ocorrência denunciando a invasão do diretório e informou, estar entrando com ação de reintegração de posse da sede da legenda.

“O ato político, a reunião, a nossa dissolução, vamos discutir na esfera política. Mas a invasão é um ato criminoso”, disse. Pessuti afirmou que segue respondendo como secretário-geral do partido, pois considera nulo o ato do diretório. Ele informou que seu grupo político também já prepara ação para anular a dissolução. “Foi completamente irregular, essa dissolução só pode ser proposta pelo diretório nacional. O caminho é anulá-la judicialmente, como fizemos com uma convenção que o Requião convocou aqui em Curitiba”, disse.

O deputado Stephanes Júnior disse não haver a menor chance de a intervenção prosperar. “Ele tinha que ter chamado uma convenção, publicado edital. Nada disso foi feito. O que aconteceu hoje foi um comes e bebes dos amigos de Requião, que só serviu para mostrar o caráter dele, a forma como ele persegue quem pensa diferente e coloca seus bonecos no lugar”, declarou. A assessoria de imprensa de Osmar Serragli informou que o deputado não comentaria o caso.

Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo CamposColigações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade