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Na reta final, Haddad pedirá votos no Nordeste, na tentativa de barrar avanço de Bolsonaro

A aliados, Dirceu disse que campanha petista está sendo 'ingênua'

17 out 2018 - 21h59
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BRASÍLIA - Após o fracasso das articulações para montar uma ampla frente de apoio a Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial, a campanha petista vai novamente investir no Nordeste, tradicional reduto eleitoral do partido. A pressão de militantes para que Haddad vá para a rua fez com que a cúpula do PT mudasse os roteiros inicialmente previstos.

"Ele irá para o Nordeste, para os braços do povo", disse a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, em referência à última semana de campanha. A equipe de Haddad está montando um trajeto que prevê o reforço do corpo a corpo em locais onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso da Lava Jato, sempre colheu mais votos, como Bahia e Pernambuco.

O Estado apurou que o ex-ministro José Dirceu disse a portas fechadas, em reunião com parlamentares do PT, na noite desta terça-feira, 16, que a campanha de Haddad está sendo "ingênua" e não tem apresentado reação à altura dos ataques. O comentário foi feito quando o assunto girava em torno do bate-boca entre o senador eleito Cid Gomes - irmão do candidato derrotado do PDT, Ciro Gomes - e a plateia petista, na segunda-feira.

Na ocasião, ao participar de um ato de apoio a Haddad, em Fortaleza, Cid disse que o PT precisaria fazer autocrítica dos erros cometidos. "Tem que pedir desculpas, tem que ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira", afirmou o ex-governador. Diante do protesto da plateia, Cid engrossou o tom. Sob vaias, chamou militantes do PT de "babacas" e previu que o partido iria "perder feio". "É assim? Pois tu vai perder a eleição", gritou ele, olhando para um homem que, de pé, fazia sinal negativo. "Não admitir os erros que cometeram (...) é para perder a eleição. E é bem feito", emendou.

O receio da cúpula petista é de que o deputado Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas, avance ainda mais sobre o eleitorado de Lula. Agora, mesmo sem as adesões esperadas, Haddad irá intensificar a caça aos votos no Nordeste, lembrando dos programas sociais adotados na gestão de Lula, como o Bolsa Família. É naquela região que o candidato do PT tentará, mais uma vez, colar sua imagem à do ex-presidente, como fez na véspera do primeiro turno, quando mudou a agenda para fazer uma caminhada em Feira de Santana, maior cidade do interior da Bahia.

Estadão
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