Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT) disputam segundo turno em Santa Catarina

Candidatos vão à disputa em 30 de outubro; estado teve estado 18,46% abstenções de votos

2 out 2022 - 21h59

(atualizado em 3/10/2022 às 01h09)

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Os canditatos Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT) irão disputar o segundo turno das Eleições 2022 para governador de Santa Catarina. Mello teve 38,61% dos votos válidos, enquanto o opositor ficou com 17,42%.

Ao todo, foram registrados 3,73% votos nulos e 4,99% votos brancos, além de 18,46% abstenções.

Além de Mello e Lima, disputaram o pleito outros oitos candidatos: Carlos Moisés (REPUBLICANOS), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (União Brasil), Jorge Boeira (PDT), Leandro Borges (PCO), Odair Tramontin (Novo), Professor Alexander (PSTU) e Ralf Zimmer (PROS).

A votação do segundo turno das Eleições 2022 será realizada em 30 de outubro.

A disputa pelo governo do Estado de Santa Catarina foi considerada uma das mais acirradas do País, visto que três candidatos oscilaram nas pesquisas de intenção de voto, demonstrando possível potencial de marcar presença no segundo turno.

Nas duas pesquisas realizadas pelo Ipec e divulgadas pela NSC Comunicação, afiliada da Rede Globo, o cenário era outro. Moisés e Mello lideravam a disputa, em determinado momento, inclusive, empataram.

De acordo com resultado divulgado em 29 de agosto, Moisés tinha 20% das intenções de voto, demonstrando queda no eleitorado, visto que na pesquisa anterior, de 19 de setembro, detinha 23%. Já Mello, marcou saldo positivo de 20% e anteriormente tinha 16%, consequentemente empatando com seu adversário. Já Lima, aparecia em quinto lugar nas pesquisas, apreceu com 6% na primeira e com 15% na segunda. Em ambas as pesquisas, foram ouvidas 800 pessoas, em municípios catarinenses.

A pesquisa do Instituto Real Time Big Data, contratada pela Record TV e divulgada dia 24 de setembro, aponta também um empate, mas entre Carlos Moisés, Jorginho Mello (PL) e Gean Loureiro (União Brasil).

O atual governador de SC, Moisés, ficou numericamente à frente, com 18% das intenções de voto na pesquisa. O senador Jorginho Mello pontuou 14%, e o ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (União Brasil), ficou com 12%. Como a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, os candidatos ficaram tecnicamente empatados.

O senador Espiridião Amin (PP) e o presidente estadual do PT, Décio Lima, aparecem com 9%. Eles empatam na margem de erro com Mello e Loureiro, mas não alcançam Moisés.

Para o levantamento foram feitas 1.500 entrevistas telefônicas com eleitores do estado entre os dias 21 e 23 de maio. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob o número SC-04302/2022.

Campanha no Estado

Disputada, a campanha eleitoral em Santa Catarina ganhou tom de campo de guerra e, independente da disputa, o que as pesquisas indicam é que um político conservador, potencial apoiador de Jair Bolsonaro (PL), subirá ao posto de governador do Estado.

Os três primeiros colocados nas pesquisas Moisés, Mello e Loureiro, que agora está fora da disputa, protagonizaram momentos de tensão durante debates e ataques uns aos outros.

A última ofensiva recente ocorreu na terça-feira, 27, durante o debate da NSC TV. O atual governador Carlos Moisés (Republicanos) acusou o senador e candidato Jorginho Mello (PL) de ter feito um pedido, em 2020, para que o governo estadual não reduzisse um contrato de R$ 100 milhões de reais com uma empresa que administrava um presídio catarinense.

Durante a transmissão da afiliada da Globo, o também candidato Esperidião Amin (PP) questionou o porquê de Moisés não ter exposto o ocorrido antes e fez um apelo para que o governador apresente provas e formalize a denúncia.

Alvo de ambos os adversários, que apresentaram notícias-crime contra o postulante à reeleição, Jorginho Mello ingressou na Justiça Eleitoral com um pedido de instauração de ação penal por calúnia e, Amin, recorreu ao Ministério Público de Santa Catarina para que a Promotoria investigue os fatos apresentados pelo governador.

Para além disso, Mello conseguiu uma liminar no TRE contra um vídeo de Loureiro, contendo acusações sobre o uso indevido de aeronave do governo para viagem particular, um dos temas também mais apontados pelo candidato Ralf Zimmer Junior.

Em meio a tudo isso, o partido de Jorginho (PL) entrou na Justiça para impedir Gean (União) de usar a imagem de Jair Bolsonaro (PL) para se promover. Em 20 de agosto, a juíza Ana Cristina da Rosa Grasso decidiu que, apesar de apoiar o atual presidente, Loureiro não poderia mais usar a imagem do chefe do Executivo. A representante presidencial do candidato lesado era Soraya Thronicke.

Sobre Jorginho Mello

Nascido em Ibicaré (SC), o candidato, de 66 anos, é formado em direito e é um dos líderes do Partido Liberal. Com mais de 32 anos de carreira política, ele já ocupou os cargos de deputado federal, senador e vice-líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional.

Ao longo de sua trajetória na política destaca-se seu voto a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos. Em abril de 2017, foi favorável à Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017, votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente Temer.

Nas Eleições de 2018, foi eleito ao Senado Federal por Santa Catarina, obtendo 1.179.757 votos, o que corresponde a 18,07% dos votos válidos, e vencendo nomes como o então senador Paulo Bauer e o ex-governador de Santa Catarina Raimundo Colombo.

Sobre Décio Lima

Apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva, Lima tem 62 anos, é natural de Itajaí (SC). Formou-se em direito pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), atuou como advogado sindicalista e superintendente do Porto de Itajaí.

Foi vereador de Blumenau, e prefeito da cidade em 1996 e 2000. Ele foi atuou como deputado estadual, além de deputado federal por 12 anos. Na Câmara Federal dos Deputados, foi líder do PT no Congresso Nacional, além de vice-líder da bancada do PT e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).