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Dilma eleva o tom contra Aécio em ato com centrais sindicais

7 ago 2014 - 21h45
(atualizado às 23h41)
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A candidata à reeleição à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), elevou o tom das críticas a seu principal adversário, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), durante ato de campanha com representantes de seis centrais sindicais, na noite desta quinta-feira, em São Paulo. O evento aconteceu no Ginásio da Portuguesa, na zona norte da cidade, e, de acordo com os organizadores, reuniu cerca de 4 mil pessoas.

Candidata do PT à reeleição falou a centrais sindicais em SP
Candidata do PT à reeleição falou a centrais sindicais em SP
Foto: Leandro Martins / Futura Press

Em discurso ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, do senador e candidato à reeleição Eduardo Suplicy (PT) e de representantes das centrais, Dilma se referiu indiretamente a Aécio ao afirmar que o tucano pretende cassar a política de valorização do salário mínimo implementada em 2011, primeiro ano de seu governo. A ação, segundo a candidata, é o que o adversário classifica como “medidas impopulares” para o combate à inflação.

“Aprovamos no Congresso a política de valorização do salário mínimo em 2011 - essa política que é responsável pelo fato de a renda do trabalhador no Brasil ter crescido, em termos médios, mais de 70% desde o início do governo Lula”, disse. “Hoje voltam a se referir que vai ser necessário tomar medidas impopulares (para conter a inflação). Sabe qual é essa medida? Acabar com a politica de valorização do salário mínimo, uma medida que durante todo esse tempo reparou a injustiça do passado e deu justiça no presente”, completou.

A petista destacou “outra politica bastante impopular” que, afirma, é defendida pelo adversário. “Acham que vivemos a política de quase pleno emprego. Até julho, foram criadas 11,5 milhões de vagas formais, e eles acham que é muito perigoso viver a situação de pleno emprego. Porque aí o trabalhador tem mais poder”, reforçou.

"Eles quebraram o Brasil três vezes"

As críticas a governos do PSDB centraram foco ainda em outros aspectos da política econômica. Sobre isso, a petista destacou que programas sociais garantiram a distribuição de renda e citou a estabilidade como ponto positivo das gestões do PT. “Mostramos que temos experiência, porque nesse tempo todo garantimos que o Brasil jamais, outra vez, iria jogar nas costas dos trabalhadores qualquer problema econômico que pudesse enfrentar”, declarou.

“Soubemos fazer o que eles não souberam. Eles quebraram o Brasil por três vezes, levaram o país ao Fundo Monetário Internacional –nós fomos lá no FMI e o pagamos. Eles elevaram a inflação à estratosfera antes de entregar o governo ao Lula, eles levaram ao desemprego e ao arroxo”, criticou.

Afago em centrais

A presidente ainda lembrou aos filiados das centrais sindicais que foi em “momentos especiais como são as eleições presidenciais” que o apoio deles ajudou a eleger o PT –os dois mandatos de Lula, desde a disputa de 2002, e a eleição da então ministra-chefe da Casa Civil, em 2010. “Vocês sempre deram uma lição de consciência, de patriotismo e de noção do que está em jogo nesses momentos especiais”, afirmou.

“Hoje o que está em jogo no Brasil é que ou avançamos continuamente em direção ao futuro, ou voltamos em um retrocesso e nos dirigimos ao passado”, disse.

A petista ainda citou o mote de campanha de Lula, em 2002 –“a esperança vai vencer o medo” –e indicou o da disputa de agora: “A verdade vai vencer o pessimismo, a falsidade e a desinformação. Lembro a vocês que diziam que até a véspera da Copa, diziam que ela seria um fracasso. Da mesma forma que fomos capazes, faremos juntos outra vez”, concluiu.

Participaram do ato representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCTS), da Central dos Sindicatos do Brasil (CSB) e da Força Sindical, que, dividida nos apoios, tem uma ala que defende a candidatura de Aécio.

Lula alfineta centrais

Já Lula, que fez um discurso breve --estava rouco, por conta de uma Gripe --, não perdeu a oportunidade de alfinetar os representantes das centrais, voltando-se a Dilma: “Eles às vezes são chatos, falam mal da gente (governo), reivindicam coisas que a gente às vezes não pode atender, são duros quando a gente precisava de um pouco de carinho”, enumerou, para ressalvar: “Eles podem contestar alguma coisa que fazemos, mas pode ter certeza que em qualquer momento de situação adversa e nossos adversários estiverem atacando, os primeiros a defender o governo é essa gente aqui”.

O ex-presidente também criticou os adversários e classificou que eles "vivem prometendo construir um futuro que nem sabem qual é". "O futuro chegou neste País quando a gente teve coragem de quebrar todos os preconceitos e eleger a primeira mulher presidenta da República", definiu.

Nesta sexta, Dilma novamente cumpre agenda de campanha em São Paulo em encontro com um grupo de pastoras evangélicas na igreja Assembleia de Deus, no Brás (zona leste).

Fonte: Terra
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