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Unesp surpreende candidatos com tema de redação do vestibular

23 jun 2013 - 21h43
(atualizado às 21h43)
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Vestibulandos chegam ao local da prova da Unesp, na Vila Pacífico, em Bauru (SP)
Vestibulandos chegam ao local da prova da Unesp, na Vila Pacífico, em Bauru (SP)
Foto: Talita Zaparolli / Especial para Terra

Os vestibulandos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) tiveram que fazer uma dissertação sobre um tema próximo de sua realidade: motivações e desafios de quem ingressa em uma faculdade distante de sua cidade de origem. O tema próximo ao cotidiano e questões que envolviam mais interpretação do que conteúdo específico deixaram a prova do último do dia do vestibular mais fácil, de acordo com os estudantes que realizaram o exame na tarde deste domingo em Bauru (SP), a 330 quilômetros de São Paulo.

"Ninguém esperava esse tema", disse o estudante Pedro Gustavo Pereira de Souza, 19 anos. Ele foi o último a sair da sala onde realizou o exame, já próximo do horário limite para o fim da prova. Cursando o segundo ano de Química na Universidade Federal de São Carlos (UFScar), Pedro pleiteia uma vaga no curso de Engenharia de Produção.

"Como já moro longe de casa, pra mim, foi mais fácil. Usei minhas experiências pessoais para escrever a redação. O texto ficou muito grande, não caberia na folha de prova, por isso tive que refazer e perdi tempo", explica.

A opinião é compartilhada pelo estudante Mauro de Oliveira Júnior, 17 anos, que cursa o segundo ano do Ensino Médio. "Sou de Tupã (SP), mas me mudei para Marília para estudar. Eu esperava um tema cotidiano, e isso facilitou", disse.

Prestando vestibular como "treineiro" na expectativa de cursar Medicina, Victor Bellarda Cândido Ferreira, 16 anos, já passou pela experiência de ser aprovado para os cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Mecânica, e diz não ter ficado surpreso com a prova. Morador em Itápolis (SP) ele era aguardado com ansiedade pelos pais e foi recebido com abraços ao final do teste. "Imaginava que seria um tema ligado à geopolítica, mas achei o tema escolhido interessante", avaliou.

Já a vestibulanda Natália Elias, 17 anos, contesta o tema escolhido para a redação. "Achei que seria um tema mais atual e polêmico, até mesmo ligado aos manifestos realizados no Brasil ultimamente. Ninguém esperava", disse.

Professor de português em um colégio particular de Bauru, Sinuhe Daniel Preto acompanhava os alunos antes da prova. Segundo ele, os vestibulares têm exigido leitores detalhistas e constantes.

"As provas exigem que os alunos estejam atentos a tudo e prioriza, mais do que nunca, o leitor. Os que ficam só na televisão e na internet sentem dificuldades em ler um parágrafo, reconhecer uma classe gramatical. Eles postam no Facebook muito bem, conseguem reconhecer uma ironia, mas não reconhecem isso no vestibular. Até por conta da pressão da prova", pontua.

A avaliação foi aplicada pela Fundação Vunesp a 2.469 candidatos convocados para a segunda fase em Bauru. O exame aconteceu em uma faculdade de Direito na Vila Pacífico em dois dias. No sábado, os vestibulandos responderam 24 questões dissertativas de matérias das áreas de matemática, ciências humanas e da natureza. Já no domingo, além da redação, a avaliação teve ainda 12 questões dissertativas de linguagens e códigos. O tempo de realização do exame foi de 4h30 para cada dia.

De acordo com o responsável pela aplicação da prova no município, Luiz Gonzaga Campos Porto, a segurança foi reforçada com detectores de metal e câmeras para evitar fraudes.  Além disso, os aparelhos celulares e relógios de pulso dos candidatos, além de calculadoras e demais aparelhos eletrônicos foram recolhidos e colocados dentro de sacos plásticos que foram lacrados em seguida.

"É a primeira vez que usamos esse recurso, garantindo maior segurança", disse. De acordo com ele, a prova transcorreu dentro da normalidade esperada. 

Fonte: Especial para Terra
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