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Trump congela fundos federais de Harvard em resposta à negativa da Universidade de atender suas exigências

O governo dos Estados Unidos anunciou o congelamento dos fundos federais destinados à Universidade de Harvard.A decisão foi tomada após a instituição declarar que não irá acatar as exigências da administração Trump para "limitar o ativismo" no campus

15 abr 2025 - 05h16
(atualizado às 17h33)
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Resumo
O governo dos EUA congelou fundos federais destinados à Universidade de Harvard após a instituição se recusar a aderir às exigências da administração Trump para controlar ativismo e diversificar pontos de vista no campus. A universidade classificou as demandas como ilegais e violadoras da Constituição americana, marcando um confronto direto com o governo.
Manifestantes se reúnem em Cambridge Common em um protesto organizado pela cidade de Cambridge, pedindo à liderança de Harvard que resista à interferência do governo federal na universidade, em Cambridge, Massachusetts, EUA, em 12 de abril de 2025.
Manifestantes se reúnem em Cambridge Common em um protesto organizado pela cidade de Cambridge, pedindo à liderança de Harvard que resista à interferência do governo federal na universidade, em Cambridge, Massachusetts, EUA, em 12 de abril de 2025.
Foto: REUTERS - Nicholas Pfosi / RFI

O governo dos Estados Unidos anunciou o congelamento dos fundos federais destinados à Universidade de Harvard. A decisão foi tomada após a instituição declarar, na segunda-feira, 14, que não irá acatar as exigências da administração Trump para "limitar o ativismo" no campus.

Na sexta-feira, 11, o governo Trump enviou uma carta exigindo que a universidade de Harvard reduzisse o poder de alunos e professores sobre os assuntos internos da instituição.

Também solicitou que a instituição denunciasse imediatamente às autoridades federais estudantes estrangeiros que cometessem infrações disciplinares.

Além disso, a Casa Branca pediu a contratação de uma entidade externa para garantir que cada departamento acadêmico fosse "diverso em pontos de vista". Embora não tenha definido o que significa diversidade de pontos de vista, o governo geralmente usa esse termo para se referir à inclusão de visões políticas conservadoras.

A resposta da Harvard

A Harvard se tornou a primeira universidade a recusar abertamente as mudanças exigidas pela administração Trump, marcando um confronto direto entre o governo federal e a universidade mais rica dos Estados Unidos.

Outras instituições já haviam contestado a interferência do governo na educação superior, mas a resposta de Harvard - que classificou as exigências como ilegais - representa uma mudança significativa de postura.

A universidade vinha sendo criticada por supostamente ceder à pressão do governo nas últimas semanas.

Em carta enviada à comunidade universitária, Alan Garber afirmou que as exigências violam os direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição americana e ultrapassam os limites legais do governo sob o Título VI, que proíbe discriminação com base em raça, cor ou origem nacional.

"Nenhum governo - independentemente do partido no poder - deve ditar o que universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir ou contratar, e quais áreas de estudo podem seguir", escreveu. Ele também ressaltou os esforços da universidade no combate ao antissemitismo.

Garber disse também que compete à Universidade corrigir quaisquer falhas ou zelar pela manutenção de seus valores. "Esses objetivos não serão alcançados por meio de imposições de poder desconectadas da lei, para controlar o ensino em Harvard e ditar o nosso funcionamento. O trabalho de corrigir falhas, cumprir compromissos e encarnar nossos valores cabe a nós, como comunidade", pontuou.

Cerco a Universidades

Desde que assumiu o governo em janeiro, a administração Trump intensificou os ataques às universidades, alegando que investiga dezenas de instituições para erradicar programas de diversidade e combater o que classifica como antissemitismo desenfreado nos campi. Centenas de milhões de dólares em fundos federais já foram suspensos em universidades por todo o país.

O foco do governo tem sido especialmente voltado às universidades mais prestigiadas dos EUA. Autoridades discutem a queda de uma grande instituição como parte de uma campanha para reformar o ensino superior. A ofensiva começou por Columbia e avançou para outras integrantes da chamada Ivy League, como Harvard.

A carta enviada a Harvard tem conteúdo semelhante à que levou Columbia a implementar mudanças sob ameaça de perder bilhões de dólares.

Outras instituições como a Universidade da Pensilvânia, a Brown University e a Universidade de Princeton também tiveram o repasse de verbas pausado até que cumpram as exigências da Casa Branca.

Cifras milionárias em jogo

No mês passado, após a suspensão de US$ 400 milhões - o equivalente a R$ 2,06 bilhões - em fundos federais, a Universidade de Columbia cedeu às exigências do governo.

A instituição concordou em transferir a supervisão do departamento de estudos do Oriente Médio e criar uma nova força de segurança com 36 "agentes especiais" autorizados a prender e remover pessoas do campus.

As exigências feitas a Harvard foram mais abrangentes e impactaram diversas áreas operacionais da universidade, o que tornou a resposta de resistência ainda mais significativa. Estão em jogo, mais de US$2,2 bilhões - R$11,33 bilhões - em subsídios e US$60 milhões - R$309 milhões- em contratos do governo com a Universidade.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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