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Manaus decide não liberar escolas para aplicação do Enem

Primeira fase do exame será neste domingo; 38 colégios da rede seriam usados

13 jan 2021 - 22h41
(atualizado às 23h15)
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MANAUS - Por causa do aumento descontrolado de casos confirmados e mortes pela covid-19 no Amazonas, a prefeitura de Manaus não vai liberar as escolas municipais para realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 17 e 24 de janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União chegaram a pedir o adiamento da prova, mas a Justiça negou.

Conforme a Secretaria Municipal de Educação de Manaus, foram requisitadas 38 escolas, que comportam 12.968 estudantes, para aplicação do exame. Ofício foi enviado ao MPF do Amazonas informando os motivos para a não liberação das salas e também solicitando o adiamento da prova.

Em outra ação civil pública, enviada na terça-feira, 12, o próprio MPF-AM pediu que as provas do Enem fossem aplicadas no Estado só quando houvesse estrutura adequada para atendimento de casos de covid-19, tanto na rede pública como privada de saúde. Os principais hospitais públicos e particulares afirmam que estão com todos os leitos ocupados.

Ao todo, 123 escolas do Ensino Médio retomaram as aulas nas redes estaduais de Manaus.
Ao todo, 123 escolas do Ensino Médio retomaram as aulas nas redes estaduais de Manaus.
Foto: Divulgação/ Seduc-Am / Estadão Conteúdo

"Além de representar maior circulação do vírus pela cidade, a exposição dos estudantes ao risco de infecção e a insistência na aplicação das provas em janeiro são medidas ilícitas, pois colocam os estudantes e suas famílias em risco aumentado e contribuem para a sobrecarga e o colapso do já insuficiente sistema de saúde local", argumentam os procuradores na ação.

O Estadão entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) para saber se a rede estadual de ensino possui capacidade de comportar todos os estudantes que realizarão as provas e se o governo avalia a possibilidade de tomar a mesma medida que a prefeitura, mas até o momento não obteve resposta.

Para Priscila Rosas, que se inscreveu para o exame, o cenário é preocupante e as provas deveriam ser aplicadas quando houvesse redução de infecções. "Sou asmática e meu pai é diabético. Estou inclinada a desistir porque minha vida e a dos meus familiares vale mais do que uma prova", diz. "Mesmo olhando os protocolos, acho um risco fazer a prova na fase roxa (de maior contágio) em que Manaus se encontra. Sei que é um desafio para o MEC, mas o certo é não se aglomerar e tentar desafogar o sistema público e particular de saúde.", declarou.

Justiça federal deixou análise para cada cidade

A 12ª Justiça Federal de São Paulo negou, na última terça, o pedido da Defensoria Pública da União (DPU) que pedia a suspensão do exame argumentando que o cenário atual não é favorável por causa da 2ª onda de infecções. Afirmou também não haver clareza sobre as providências adotadas para evitar a contaminação dos estudantes e funcionários que aplicarão a prova.

Na decisão, a juíza Marisa Claudia Gonçalves Cucio afirma que a situação da pandemia deve ser analisada em cada cidade cabendo às autoridades sanitárias locais interferirem na aplicação das provas do Enem.

"Se o risco maior de contágio em determinado município ou localidade venha a justificar eventuais restrições mais severas de mobilidade social ou mesmo de "lockdown" por parte das autoridades sanitárias locais ou regionais, que impeçam a realização de provas, ficará o INEP obrigado à reaplicação do exame diante da situação específica", pontuou.

Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que o presidente da autarquia federal, Alexandre Lopes, e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, estão em tratativas com a Prefeitura de Manaus e o Governo do Amazonas para viabilizar uma solução para aplicação do Enem 2020 no estado.

Estadão
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