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Irregular no cargo, presidente do FNDE dá R$ 3 bi ao Fies

Designação de Oliveira não tem efeitos legais, pois foi feita pelo ministro Ricardo Vélez Rodriguez e não pela Casa Civil

16 jan 2019 - 12h38
(atualizado às 14h30)
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Mesmo irregular no cargo de presidente substituto do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), João Antonio Lopes de Oliveira assinou uma liberação de pagamento de R$ 3 bilhões para os grupos educacionais que têm alunos no Financiamento Estudantil (Fies). A nomeação de Oliveira não tem efeitos legais porque foi feita pelo ministro Ricardo Vélez Rodriguez e não pela Casa Civil, como determina a regra federal.

O "Estado" apurou que havia uma pressão dos grupos educacionais para a liberação do pagamento de tributos e recompras de Certificados Financeiros do Tesouro (CFT-E) de propriedade das instituições de ensino superior que aderiram ao Fies. As faculdades que aderem ao financiamento são remuneradas com os certificados, um tipo de título público, usado para a quitação de impostos e outros tributos federais. Pagos os tributos pelas instituições, os certificados podem ser recomprados pelo FNDE.

Ricardo Vélez Rodríguez é o ministro da Educação
Ricardo Vélez Rodríguez é o ministro da Educação
Foto: ERNESTO RODRIGUES / Estadão Conteúdo

Nos últimos dias, a Casa Civil e o Ministério da Educação (MEC) exoneraram toda a chefia, incluindo presidentes e diretores, do FNDE e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Para este, nomeou Carlos Eduardo Moreno Sampaio como presidente substituto. No caso do FNDE, a situação era ainda mais crítica já que o ministro exonerou na sexta-feira Rogério Fernando Lot, chefe de gabinete que estava no cargo de presidente substituto.

Havia uma pressão para que rapidamente algum nome fosse designado para assumir o comando da autarquia, mesmo que em caráter de substituição para não paralisar os repasses do FNDE, que além do Fies, é responsável por programas de transferências a municípios, como o de merenda. Quem deve assinar a liberação dessas verbas é quem ocupa a presidência do órgão - presidente, presidente substituto ou assessoria da presidência, todos cargos que estão desocupados no momento.

Além de liberar o pagamento para as instituições de ensino, Oliveira também tornou "sem efeito" três portarias que haviam sido publicadas no dia 3 de janeiro, primeiro dia após a posse do ministro, em que duas servidoras eram dispensada de funções comissionadas e outra era designada para assumir um cargo.

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