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Cidades

Carrinho de rolimã é usado para ensinar Física a crianças

Brinquedo ajuda a trabalhar conceitos como velocidade e atrito

5 ago 2018 - 03h11
(atualizado às 10h05)
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A professora de Física Viviane Tanaka ri ao lembrar da primeira vez em que propôs aos alunos do ensino médio do Colégio São Francisco Xavier, na zona sul paulistana, a confecção de carrinhos de rolimã. "Alguns não tinham noção do que era. Tive de apresentar vídeo, foto." Outros conheciam, mas duvidaram de que seriam capazes de fazer o brinquedo. Mesmo em meio a tanta estranheza, o projeto saiu do papel e este será o terceiro ano em que os estudantes vão ao Parque da Independência para testar suas engenhocas.

Desde a confecção - no espaço maker da escola - até o dia das descidas no parque, os alunos aplicam conceitos de Mecânica, como atrito, velocidade e deslocamento. Já com a Trigonometria, determinam a inclinação da ladeira. As medidas das descidas quase nunca resultam em valores redondos, como os exercícios das provas e apostilas - e isso não é um problema. "Dá um número maluco, mas isso é Física de verdade."

Crianças aprendem conceitos como o de atrito
Crianças aprendem conceitos como o de atrito
Foto: Prefeitura de Vinhedo

Na Escola Móbile, também na zona sul, o carrinho é usado desde 2017 como recurso pedagógico entre crianças de 5 anos. Elas descem rampas no colégio e associam, por exemplo, a força do empurrão do colega à extensão do deslocamento. "Trabalhamos uma série de práticas da Ciência e Engenharia", explica Marcel Bozzo, coordenador pedagógico de Ciências Naturais da Móbile Integral.

Segundo Bozzo, após um semestre de atividades, as crianças se revezam para levar os carrinhos para casa. Um QR Code (código de barras) no brinquedo reúne fotos e vídeos das brincadeiras dos pequenos com seus pais. Há imagens em condomínios e parques da cidade.

História

"Brinquedos como o rolimã ativam memórias de fazeres, de outras possibilidades de brincadeiras. Há um encontro de gerações", diz a educadora e agente do brincar Daniela Signorini. Para ela, que pesquisou na Universidade de São Paulo (USP) a relação entre brincadeiras do passado e recentes, eventos com o rolimã são uma tentativa de "retomar a rua como espaço de encontro".

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