Aline Frare Crispim, 30 anos, dá aulas de inglês e português em uma plataforma da Petrobras
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
O salário baixo comum à carreira do magistério no Brasil nunca desmotivou a carioca Aline Frare Crispim, 30 anos, a sonhar desde pequena em dar aulas. Na adolescência, o trabalho da professora do cursinho de inglês que frequentava foi decisivo na escolha da profissão: ela percebeu que também queria ensinar outros idiomas. Em 2007, concluiu a faculdade de letras, foi para os Estados Unidos fazer cursos e quando retornou surgiu a oportunidade de fazer o que sempre queria, com uma vantagem de ser bem-remunerada para isso.
Aline foi contratada por uma empresa norueguesa que presta serviços para a Petrobras para dar aulas de português a estrangeiros e de inglês a brasileiros que trabalham em uma plataforma em alto-mar, na Bacia de Santos. Apesar dos benefícios financeiros, "o salário é bem acima da média", como ela mesma define, viver pelo menos seis meses do ano com água por todos os lados, longe da família, do noivo e dos amigos não é tarefa fácil.
"O maior desafio do trabalhador offshore é o confinamento, sem dúvida. É ficar longe da família no Natal, Ano-Novo, feriados, aniversários. É complicado, mas já me adaptei a isso", afirma a professora, que trabalha 14 dias em alto-mar e tem outros 14 dias de folga. Nos dias em que está em casa, no Rio de Janeiro, ela aproveita para descansar e fazer atividades comuns, como ir ao médico e rever os amigos. "O tempo da folga acaba sendo bem curto para coisas que são simples para a maioria das pessoas".
O salário é complementado por um adicional por insalubridade. É que viver em uma plataforma de petróleo tem seus riscos. "Temos uma equipe altamente treinada para evitar que acidentes aconteçam, mas nem por isso podemos descartar o risco de algo acontecer. Já começamos a correr riscos desde o momento que entramos no helicóptero para vir ao nosso local de trabalho", afirma.
Além da preocupação com a segurança, as atividades são intensas dentro da plataforma. Aline trabalha em média 12 horas por dias, divididas em aulas para até seis turmas, na tradução de documentos e ainda como intérprete, já que no local convivem pessoas de todo o mundo, sendo que muitas não falam o português. O maior desafio das atividades, segundo ela, é fazer todos os alunos frequentarem as aulas de português ou inglês, que não são obrigatórias.
Ela fica 14 dias em alto-mar e tem outros 14 dias de folga
Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação
"Muitas vezes eles estão cansados demais para estudar, eles acabam faltando às vezes. Nesse ponto eu posso dizer que eu sou chata. Eu corro atrás, eu lembro o aluno da aula quando eu o vejo novamente, pergunto porque não foi, essas coisas", comenta.
Segundo Aline, uma das maiores vantagens de se trabalhar embarcada é não enfrentar o trânsito das grandes cidades, como o Rio. No entanto, depois de 14 dias em alto-mar, trabalhando 12 horas por dias, o cansaço começa a bater, e a saudade também. "Para ficarmos tranquilos, temos que ter o apoio de nossa família. Meus pais, irmãos, meu noivo e meus amigos me apoiam muito, e compreendem a minha ausência", afirma.
Aline diz que não pensa em seguir outra carreira. "Eu me sinto completamente realizada dentro de sala de aula. Ensinar é a coisa mais maravilhosa que existe", diz ela. Seja em alto-mar, com um salário melhor, ou em uma escola pública, ela acredita que ensinar é uma vocação.
Dia do Professor: mestres relatam como é educar para a diversidade
No quadro-negro da sala de aula da professora Elieth Portilho estão fotos de pássaros e frutas do Cerrado
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
As cartilhas falam de temas rurais e práticas do campo e foram elaboradas pela professora e os alunos. É com esse material que ela alfabetiza as crianças no Centro de Ensino Fundamental Pipiripau 2, localizada em um núcleo rural em Brasília
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
Em mais de 20 anos de magistério, a professora chegou a atuar em escola da área urbana, mas percebeu que seu caminho estava mesmo no campo. As pessoas têm um preconceito: você vai fazer mestrado para continuar em uma escolinha do campo?, perguntam Aí é que temos que estudar para recuperar essa perda histórica de exclusão da escola do campo, que sempre foi relegada, defende.
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
As dificuldades que enfrentou na escola por ser surda despertaram o interesse de Adriana Gomes Batista em seguir o magistério para tornar mais fácil o aprendizado de crianças na mesma condição
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Atualmente, ela é professora da rede pública de ensino do Distrito Federal e dá aulas na Escola Bilíngue Libras e Português Escrito
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Policiais na porta da sala de aula, portões trancados e muros altos. Esse é cenário das aulas de português do professor Alan Araújo da Silva aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Unidade de Internação de Planaltina
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
O professor Alan é um dos 5.036 educadores que dão aulas a pessoas privadas de liberdade em todo o país, conforme determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Foto: Agência Brasil
Com muitos alunos com histórico de abandono escolar, o professor busca alternativas para despertar o interesse dos jovens
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
Na unidade de internação a atenção à segurança é maior e é preciso estar preparado para eventualidades
Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil
O professor Solon da Nóbrega não nasceu em uma comunidade quilombola, mas desde 1997 se dedica a esse trabalho. Ele é responsável pela formação técnica no Centro de Alternância Ana Moreira. Este ano, desenvolveu o projeto Coisa de Preto, levando a dança, a religiosidade e a cultura afrodescendente para a sala de aula
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
O projeto será permanente e o objetivo é aumentar a autoestima dos alunos e resgatar a cultura que está se perdendo
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
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