Semana de 4 dias no Brasil: menos da metade das empresas do projeto-piloto adotou esquema original
Apenas 9 das 19 empresas que concluíram o projeto seguiram com o modelo original; organização responsável por conduzir os testes diz que as companhias fizeram adaptações, como meio-período de folga
Um ano após o início do projeto-piloto da semana de 4 dias no Brasil, menos da metade das empresas participantes manteve o modelo original do experimento. Apenas 46,2% seguiram a proposta 4x3 (quatro dias de trabalho com três dias de folga) mantendo 100% de produtividade, 80% da carga horária e salário integral. No total, 9 empresas mantiveram o formato proposto pelo experimento, enquanto 10 optaram por mudanças com reduções conforme a necessidade de cada organização.
O piloto foi conduzido no Brasil pela Reconnect Happiness at Work, em parceria com a 4 Day Week Brazil, organização global sem fins lucrativos dedicada à promoção de novos modelos de trabalho.
O teste foi encerrado em agosto do ano passado. Ao todo, 21 empresas iniciaram o projeto, mas 19 o concluíram. Uma empresa gaúcha saiu do programa por causa dos eventos climáticos extremos que atingiram o estado, outra decidiu se desligar do projeto após uma mudança na direção da companhia.
Das 19 empresas que finalizaram o teste, menos da metade (46,2%) optou por manter o modelo original proposto pela iniciativa, ou seja, jornada de 4 dias por semana (4x3), com uma folga adicional além do sábado e domingo e sem redução de salário ou aumento da carga nos outros dias.
As demais empresas, no entanto, escolheram adaptar o modelo conforme as necessidades de cada empresa. Embora a organização responsável por conduzir o teste não tenha divulgado quantas empresas seguiram cada caminho, os dados percentuais revelam as seguintes estratégias:
- 38,5% das empresas decidiram manter alguma forma de redução ou flexibilização da carga horária, ainda que diferente do modelo original. As variações incluem: Meio-período de folga semanal, como liberar os colaboradores após o almoço na sexta-feira; folga de um dia a cada duas semanas, no modelo conhecido como fortnight (ou quinzena de 9 dias úteis); jornadas adaptadas à operação, em que o dia de folga não pode acontecer em semanas de fechamento de mês ou em outros momentos críticos da rotina da empresa.
- 7,7% preferiram experimentar o piloto em algumas áreas da empresa antes de tomar uma decisão definitiva sobre a implementação total da jornada reduzida.
- Outros 7,7% optaram por prorrogar o piloto para analisar com mais profundidade os impactos antes de formalizar a mudança.
Resultados apontam melhorias na saúde mental e ganho de eficiência
O relatório revela aspectos considerados benéficos pelos colaboradores, como redução da carga horária com produtividade mantida, melhora na saúde física e mental e ganho de eficiência.
Alguns dados abaixo:
- Em média, as empresas participantes conseguiram reduzir a carga horária de 43h para 35h semanais
- 84% dos colaboradores avaliaram sua saúde mental como boa ou excelente
- 88,7% relataram mais satisfação no trabalho
- 93% perceberam aumento na colaboração nas equipes
- 86% se sentem mais energizados com amigos e família
- 84,8% notaram evolução na cultura da empresa.
- 97,2% afirmam estar priorizando melhor suas tarefas
- 81,5% encontraram formas mais eficientes de executar funções
Empresas participantes do projeto-piloto
As 19 empresas atuam nos seguintes segmentos: arquitetura, manufatura, hotelaria, consultoria de recrutamento, alimentos, varejo, entretenimento e plataformas de tecnologia e inovação.
Confira a lista:
- Ab Aeterno
- Clara Associados
- Clementino & Teixeira Advocacia
- GR Assessoria Contábil
- Greco Design
- Haze Shift
- Hospital Indianópolis
- Innuvem
- Inspira
- Maker Brands
- Mol Impacto
- Noono
- Oxygen Hub
- PiU Comunica
- Plongê
- Rede Alimentare
- Smart Duo
- Soma CSC (Grupo Dreamers)
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