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Pequenas hidrelétricas buscam retomada do crescimento no contexto das renováveis no Brasil

Segmento aposta nos leilões do mercado regulado em 2018 e fortalecimento junto ao Mercado Livre de Energia

30 jan 2018 - 15h15
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Fonte de geração de energia limpa, sustentável, distribuída e renovável, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Hidrelétricas (CGHs), usinas com até 30 megawatts (MW) de capacidade instalada, esperam em quem 2018, os leilões de contratação de energia nova sejam mais favoráveis ao segmento haja vista não terem sido devidamente consideradas nos últimos leilões. Segundo a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), a expectativa é de que a fonte tenha uma habilitação recorde no próximo leilão A-6, previsto para acontecer até junho deste ano, garantindo suprimento a partir do ano 2024.

Foto: DINO

O objetivo da entidade é que o segmento seja reinserido dentro do contexto da expansão das fontes renováveis no País. A expectativa é de que sejam habilitados para esta contratação, mais de 1.500 MW e que o poder concedente contrate pelo menos 1.000 MW, mantendo, pelo menos, o preço teto do último leilão A-6, realizado no final do ano passado. "A Abragel irá atuar fortemente para que neste ano, a contratação supere a do ano passado, que não chegou aos irrisórios 3% da demanda", revela Ricardo Pigatto, presidente interino da entidade.

A Abragel, que representa as três classificações de hidrelétricas de pequeno porte, (PCHs- até 30 MW de potência; CGH -Central Geradora Hidráulica, com potência máxima de até 5 MW; e as UHE -Usinas Hidrelétricas com capacidade de até no máximo 50 MW), defende a importância de se fomentar o crescimento de todas as fontes renováveis no Brasil, pois são complementares entre si. "Temos de lembrar que o sucesso de cada fonte, seja eólica, solar, biomassa ou PCH está relacionado, pois elas são complementares. Nenhuma consegue resolver o problema de geração de energia de forma isolada. Por isso temos de ter toda esta diversidade e investir em todas, razão pela qual é importante o poder concedente fazer uma distribuição equânime de contratação nos próximos leilões", destaca Pigatto.

A PCH é uma das fontes mais antigas do País, com usinas em operação há mais de 100 anos. E, ao longo desse tempo, se construiu uma cadeia produtiva e tecnologia 100% nacionais. "O Brasil, atualmente, está no estado da arte em geração hidrelétrica, portanto não é justo nem inteligente não fomentar essa tecnologia", comenta o presidente.

De acordo com a Abragel, atualmente, existem em operação no Brasil, 1.054 hidrelétricas, que juntas somam 5,6 mil MW de capacidade instalada. Nos próximos anos a expectativa é de que entrem mais 500 MW de empreendimentos que estão em fase de construção.

SUSTENTABILIDADE- Por serem hidrelétricas menores, os custos das PCHs são também menores, não só do ponto de vista de investimentos em construção, mas também ambiental. Em função de suas características construtivas, sem grandes reservatórios, a área inundada para barragem é muito pequena. Consequentemente, reduz-se drasticamente o impacto ambiental, em comparação com as grandes usinas hidrelétricas. Além disso, as regiões são beneficiadas com programas ambientais desenvolvidos pelas empresas, como reflorestamento das bordas dos reservatórios, monitoramento contínuo da qualidade de água, da fauna e da flora. Outra característica ambiental importante é que as PCHs apresentam as menores emissões de gases de efeito estufa, considerando toda a cadeia produtiva.

As PCHs podem ser construídos em rios com pouca vazão, gerando energia de forma descentralizada. E o Brasil é considerado um dos países com a maior riqueza hidrográfica do mundo. Estes empreendimentos estão distribuídos por praticamente todas as regiões brasileiras e instaladas próximas aos centros de consumo. O resultado é uma importante economia que se tem com investimentos em grandes linhas de transmissão e significativa redução das perdas com escoamento.

Tal característica, de geração descentralizada, também ajuda a fomentar as economias das cidades onde estão implantadas. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as regiões onde as PCHs são instaladas apresentam uma significativa elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pois a cadeia produtiva confere o aumento da geração de empregos, de renda, de arrecadação fiscal, ajudando a desenvolver as economias locais. Dados da agência apontam que no período de 10 anos (de 2000 a 2010) em 176 cidades que contam com PCHs, houve um crescimento de 19,9% do Índice de Desenvolvimento Humano municipal (IDH), muitas vezes até superando o índice de municípios vizinhos. Tal impacto positivo é ainda mais intenso em cidades com baixos indicadores econômicos e com economia estagnada.

DESAFIOS- Atualmente, as pequenas centrais hidrelétricas têm pela frente, alguns desafios fundamentais a serem superados para o desenvolvimento da fonte. Tratam-se de aspectos relacionados à viabilidade dos projetos, e, principalmente, o processo de Licenciamento Ambiental.

Em relação ao primeiro aspecto, segundo Pigatto, a reinserção das PCHs na expansão da geração através de leilões específicos por fonte, através de um programa com uma sinalização de longo prazo seria uma etapa fundamental para o segmento, pois daria uma condição de maior perenidade para a cadeia produtiva, permitindo maiores investimentos em melhorias de processo e tecnologia que possibilitariam reduções de custos e maior competitividade. "As PCHs também precisam ser valorizadas pelos benefícios que agregam ao sistema interligado nacional e pelo impacto em termos de geração de empregos e desenvolvimento econômico. Além disso, são também uma excelente opção para o Mercado Livre de energia, ajudando a estimular a contratação de energia no longo prazo, o que ajuda a viabilizar financiamentos para os projetos", esclarece o presidente.

Em relação às questões que envolvem o licenciamento ambiental, os empreendedores percorrem um caminho complexo e demorado. Uma enorme dificuldade é que, tendo em vista de os projetos serem localizados em bacias estaduais, O licenciamento se dá no âmbito dos órgãos ambientais estaduais. Cada estado possui um roteiro e um conjunto de procedimentos diferentes que acabam dificultando o processo. "É necessário que se encontre mecanismos que tornar estes processos mais uniformes e simplificados, Que o País busque aperfeiçoamento contínuo dos processos regulatórios", diz Pigatto.

Website: http://www.abragel.org.br

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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