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DINO

As escolas devem ter o papel de ensinar, incluir, abraçar e não agredir, diz o Papa Francisco

A declaração foi dada durante uma Conferência Mundial pela Internet que reuniu jovens estudantes do Brasil e mais 8 países

12 jun 2017 - 17h30
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Ao todo 9 jovens brasileiros estiveram na sede do Google, em São Paulo, para participar da conferência mundial e conversar com o Papa Francisco. O Papa falou diretamente da nova sede das "Scholas Occurrentes", no Vaticano, um projeto criado por ele quando ainda era Arcebispo em Buenos Aires e que pretende promover uma "rede de encontros" para mudar o sistema educativo mundial e propor um novo modelo de educação que se baseie nos princípios da tolerância e da inclusão e promova o rompimento de barreiras culturais, raciais e econômicas.

Foto: DINO

Neste momento, a rede 'Scholas' chega a 190 países dos cinco continentes. O programa é voltado para jovens de 15 a 21 anos de escolas públicas e privadas e abrange a integração a partir da Arte (Schollas Artes), do Esporte (Schollas Sports) - com participação de diversos atletas de Futebol, como Pelé e Messi -, da Tecnologia (Schollas Tecnologia), das Universidades (Schollas Universidades) e da Cidadania (Schollas Cidadania).

Durante o encontro de hoje o Papa ouviu os representantes das comitivas de Brasil, Colômbia, Argentina, Itália, Paraguai, Haiti, México, Espanha e Emirados Árabes Unidos sobre como estão as discussões em cada país para a criação do novo modelo educativo proposto pela igreja.

Os jovens que representaram o Brasil participaram, em outubro do ano passado, de uma das etapas de implantação do programa: O Primeiro Encontro Cidadania, em São Paulo. O evento, que foi coordenado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) e pela Prefeitura de São Paulo, contou com a participação de 20 escolas públicas e privadas e reuniu 300 estudantes que realizaram uma imersão durante uma semana, buscando diagnóstico e soluções para dois temas: a Reforma do Ensino e Tolerância e Diversidade.

Mônica tem síndrome de Down, participa dos projetos do Instituto Olga Kos e foi uma das monitoras no encontro do ano passado. Hoje ela teve a oportunidade de dizer ao Papa o quanto estava feliz de ter sido incluída no projeto.

"Eu agradeço a Deus por participar do projeto Scholas, porque nós aprendemos muito com os outros alunos e também aprendemos que não devemos ter preconceitos com ninguém. Devemos tratar as pessoas todas de forma igual, devemos dar carinho, amor e atenção, porque cada pessoa tem sua diferença. Ninguém é igual a ninguém, todos precisam ser respeitados"

A estudante Giulia Gerardi, do Colégio Santa Maria, também falou pelo grupo brasileiro e disse ao Papa Francisco que a Primeiro Encontro da Cidadania, no ano passado, serviu para que os jovens pudessem entrar em contato com diversas pessoas de diferentes classes sociais, com múltiplas opiniões e diferentes dificuldades físicas. Ela relatou ao papa que o encontro foi muito enriquecedor.

"Ao entrar em contato e estar perto destas pessoas, nós acabamos nos reconhecendo nelas e, por isso, percebemos que nós jovens compartilhamos as mesmas esperanças, angústias e desejos adolescentes", disse.

A conferência de hoje durou em torno de uma hora. No final o Papa Francisco destacou porque é preciso que aconteça esse grande encontro de diferenças e porque é importante o papel dos jovens nesse processo de mudança sobre o conceito de educação.

"Vivemos em uma sociedade que está acostumada a selecionar e agredir as pessoas e acho que as escolas tem o papel de ensinar, incluir, abraçar e não agredir. Temos que ter a ciência de que nenhuma pessoa é "não", todas são "sim". Educar é sentir e temos que saber que todas as pessoas tem um sentido", afirmou.

Dos 9 jovens brasileiros que estiveram no encontro, três eram do colégio Santa Maria, três do projeto SOL, de Cidade Dutra, e três representando o Instituto Olga Kos. O Instituto é uma das 12 entidades mundiais escolhidas pelo Vaticano para coordenar o projeto. O IOK foi escolhido pela excelência do trabalho que realiza no atendimento a mais de 3.500 pessoas com deficiência intelectual, especialmente a Síndrome de Down, e sem deficiência Intelectual, em vulnerabilidade social, por meio da arte e do esporte, na cidade de São Paulo.

O encontro virtual realizado hoje com o Papa foi resultado de uma ação do Instituto Casa Comum, fundado pelo ex-secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, Célio Turino, de intelectuais e ativistas da Cultura do Encontro, da Paz e da Convivência, e do programa Schollas Ocurrentes.

No mês de julho haverá outro encontro mundial, desta vez em Jerusalém, tendo o objetivo de buscar novos processos de convivência e harmonia entre israelenses e palestinos. Serão 50 participantes, 15 israelenses, 15 palestinos e 20 de outros países.

Olga Kos, presidente do Instituto Olga Kos, acompanhou de perto a conferência de hoje. Ela e o marido, Wolf Kos, presidente do IOK, já tinham se encontrado pessoalmente com o Papa Francisco no ano passado, no Vaticano, na solenidade que oficializou a participação do Instituto Olga Kos no projeto.

"Estamos muito felizes em termos sido escolhidos para integrar esse projeto grandioso da Igreja Católica que pretende apoiar pelo menos 200 mil projetos de inclusão ao redor do mundo", destaca o presidente do IOK.

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