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Dez momentos da ida de Sérgio Moro à sessão da Câmara

Em esclarecimentos dados a deputados, ex-juiz repetiu os argumentos dados na CCJ do Senado de que não reconhece a autenticidade das mensagens vazadas e de que foi vítima de uma invasão criminosa

2 jul 2019 - 19h08
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, prestou esclarecimentos, nesta terça-feira, 02, em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os vazamentos de supostos diálogos entre ele e procuradores da Lava Jato - entre eles Deltan Dallagnol, líder da força-tarefa em Curitiba - nos quais o então juiz supostamente orienta ações do Ministério Público Federal. As conversas foram obtidas e vêm sendo divulgadas pelo site The Intercept Brasil. A fala de Moro foi em sessão conjunta das comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), de Trabalho, Administração e Serviço Público e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Diante de um ambiente tumultuado, com bate boca entre deputados e com intervenções frequentes do presidente da comissão, Filipe Francischini (PSL-PR), que ameaçava encerrar a audiência caso os parlamentares não respeitassem as falas dos pares e do próprio ministro, Moro repetiu as alegações que deu na CCJ do Senado, no mês passado, de que não reconhece a autenticidade dos diálogos e que foi vítima de um ataque hacker criminoso. Ele negou que tenha havido conluio com o Dallagnol.

Confira 10 momentos marcantes da audiência da Câmara que ouviu Sérgio Moro nesta terça-feira:

Adolescente de espinhas

"Não foi um adolescente com espinhas na frente do computador", disse Moro sobre os responsáveis pela invasão dos celulares seu e dos procuradores.

Desagradável

"Se começar o bate boca que eu estou prevendo, eu vou encerrar a reunião. Não precisa gritar, que coisa desagradável", pediu Filipe Francischini (PSL-PR), que em diversas ocasiões teve que pedir calma e respeito para os deputados. ""Não precisa quebrar a mesa, é patrimônio público", disse o presidente da comissão em outro momento.

Escolinha do Professor Raimundo

"Pelo amor de Deus, se controlem. Parece Escolinha do Professor Raimundo isso aqui", proferiu Francischini, fazendo referência ao programa humorístico eternizado pelo comediante Chico Anysio.

Piu Piu e Frajola

Outro programa televisivo foi citado na comissão: "Tá parecendo aquele desenho do Piu Piu. Cada plano do Frajola dá errado. O último com esse rapaz aí (Glenn Greenwald), não considero ele um jornalista, considero um ativista. O meio de comunicação dele é um panfleto. O Parlamento e o povo brasileiro estão dando a resposta correta a isso: nenhuma importância", disse o deputado José Medeiros (Podemos-MT).

Fascistas

A deputada professora Rosa Neide (PT-MT) cobrou de Moro um posicionamento contrário àqueles que pedem o fechamento do Congresso e do STF nas manifestações de apoio ao ministro e ao governo Bolsonaro. "E o senhor aplaude. Como o Ministério da Justiça se posiciona diante dessa crescente atitude de fascistas em todo o País?", disse.

Cadê o Queiroz?

Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, alvo de investigação por movimentações atípicas, foi lembrado por deputados da oposição. "Onde está Queiroz?", questionaram o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), que também perguntou quem mandou matar Marielle.

Asnice

"Ouvimos muita asnice aqui hoje. Fiquei muito feliz que o senhor foi até as redes sociais e trouxe resposta para o povo brasileiro, ansioso por Justiça", proferiu o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO).

Olhos nos olhos

"Eu gostaria que o senhor me olhasse nos olhos. Eu desconfio de quem baixa a cabeça. Eu quero lhe dizer que o senhor envenenou a árvore desse processo", disparou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que acusou Moro de cinismo pelo fato de ele reclamar de sensacionalismo nas divulgações dos diálogos.

Coisa podre

"Se formos olhar o WhatsApp e Telegram de muitos aqui, vamos achar muita coisa podre", criticou o deputado Filipe Barros (PSL-PR), se referindo aos deputados da oposição. "Abro mão de todos os meus sigilos. Desafio o Dr. Sérgio Moro a assinar junto comigo agora. Eu assino o meu na hora", reagiu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Quem defende?

Moro provocou os deputados que defendiam a anulação do processo de Lula: "Se ouve muito da anulação do processo do ex-presidente, tem que se perguntar então quem defende Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Renato Duque, todos estes inocentes que teriam sido condenados segundo este site de notícias"

Estadão
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