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Coronavírus

SP diz que data de vacinar adolescentes está 'em aberto' e prevê cobrar vacinas na Justiça

Governo estadual afirma que Ministério da Saúde deixou de entregar 228 mil doses da Pfizer, metade do esperado pelo Estado; vacinação de menores de 18 anos estava prevista para começar em SP no dia 18 de agosto

5 ago 2021 - 12h19
(atualizado às 17h15)
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SÃO PAULO - O governo de São Paulo prevê entrar com medida judicial contra o Ministério da Saúde e diz que o início da vacinação de adolescentes fica 'em aberto' após a gestão Jair Bolsonaro não ter entregue 228,15 mil vacinas contra a covid-19 da Pfizer, metade das doses que a equipe de João Doria (PSDB) previa receber na última terça-feira, 3. Programado inicialmente para começar em 18 de agosto, o cronograma de imunização de menores de 18 anos poderá ser comprometido, informou o governo estadual em coletiva realizada nesta quinta-feira, 5, no Palácio dos Bandeirantes.

"O início de vacinação dos adolescentes do Estado de São Paulo está neste momento com a sua data de início em aberto. Isto se deu por conta da redução do envio proporcional de vacinas da Pfizer para o Estado de São Paulo", disse o secretário executivo da Secretaria de Saúde paulista, Eduardo Ribeiro. Segundo ele, causa estranheza surgir um fato novo neste momento, "não explícito e que gere grave lesão à população do Estado de São Paulo", já que a "previsibilidade" na entrega das doses é importante para o cumprimento do calendário de imunização.

"Caso este fato (a não entrega de doses previstas) se repita, a vacinação do grupo de adolescentes do Estado de São Paulo estará definitivamente prejudicada no que se refere à sua data até aqui programada", disse o secretário. Até segunda ordem, a vacinação contra a covid-19 da faixa de 12 a 17 anos está prevista para começar no dia 18 de agosto no Estado.

Segundo Ribeiro, o impacto do atraso recai sobretudo na população de adolescentes porque que esse público deve receber exclusivamente o imunizante da Pfizer. Por isso, complementa, há "a necessidade de reposicionamento imediato por parte do Ministério da Saúde, a fim de restabelecer a ordem que vinha sendo cumprida até aqui." "Nós estamos falando de um envio previsto de 20% do total destinado ao País e que se consolidou em um envio de 10%", reforça o secretário.

A procuradora-geral do Estado, Lia Porto, complementou durante a coletiva que a análise jurídica está sendo elaborada e que "é fato" que será levada à frente. "Nós acionaremos o Poder Judiciário para discutir o critério e o percentual operacionado", disse. Não especificou, porém, detalhes da argumentação jurídica que será apresentada.

Em coletiva na quarta-feira, 4, Doria afirmou já ter enviado inclusive ofício ao Ministério da Saúde pela não entrega das doses previstas. Segundo ele, o lote não foi entregue na totalidade "sem nenhuma justificativa" do governo federal.

O Ministério da Saúde negou durante coletiva de imprensa, na noite desta quarta, que tenha punido São Paulo ao entregar menos doses de vacina da Pfizer do que o previsto. A pasta confirmou a diminuição no quantitativo distribuído ao Estado, mas defendeu que o número menor de imunizantes é uma forma de "manter a equidade" no avanço da vacinação entre os entes federativos e "compensar" retiradas anteriores feitas pelo governo paulista.

Estadão
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