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Como prevenir as 'rugas do sono'?

A postura ao dormir pode criar vincos na pele, causados pela pressão exercida à noite

15 jan 2022 - 05h10
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Você já ouviu falar nas rugas do sono ou sleep lines? Mesmo que o termo seja novidade, saiba que sua postura ao dormir tem papel fundamental na formação destas linhas. A pressão exercida sobre a face, o pescoço e o colo durante a noite, principalmente se você dorme de lado ou de bruços, causa vincos que se estabelecem na pele.

A dermatologista Daniela Leal explica que, com o passar dos anos, a pele perde ácido hialurônico, produzido naturalmente pelo organismo, e a capacidade de reter água. O resultado é uma pele menos elástica e mais suscetível à pressão. Por isso, a postura repetitiva ao dormir vai ter maior impacto com a idade. Ou seja, as rugas fazem parte do processo natural de envelhecimento da pele, mas as rugas verticais são resultado dos hábitos ao dormir, diz a também dermatologista Bruna Villarejo, representante da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Para ajudar a evitar que as linhas já existentes se acentuem ou que novas apareçam, é importante ajustar a posição de dormir e fazer uso de alguns recursos que diminuam o peso sobre a pele ou impeçam que ela dobre. O mais indicado é deitar-se de barriga para cima e permanecer assim ao longo da noite, mas nem todo mundo consegue se adaptar a esta posição.

Laís Abreu, fonoaudióloga e especialista em exercícios faciais, sugere, para quem está habituado a dormir de lado, acomodar um travesseiro, rolo ou almofada entre os joelhos e outro abaixo do antebraço, para que o braço de cima tenha apoio e não pressione o colo, fazendo ainda com que o rosto não fique comprimido contra o travesseiro. "Começar cada noite virado para um lado também reduz a chance de marcar o rosto, além de evitar assimetrias faciais causadas pela posição. Lembrando que a prioridade é dormirmos bem, então introduzir as mudanças aos poucos é uma boa ideia", completa Laís.

ACESSÓRIOS. Além de adaptar a postura ao deitar, as rugas do sono podem ser prevenidas e tratadas com o apoio de alguns acessórios e procedimentos. Uma das opções são os adesivos de silicone, aplicados no rosto, peito e entre os seios. "O que essas ferramentas fazem é anular a pressão no sentido convergente. São produtos que tiram a pressão mecânica de uma mama sobre a outra se você dorme de lado", esclarece Daniela. Porém, é importante que sejam acompanhados pela mudança de posição na cama para surtir efeito. "Caso contrário, a ruga do sono só trocará de lugar, passando para a região da borda do adesivo, mas não deixará de se formar", ressalta Laís.

A médica também sugere cautela com a utilização de adesivos na face, já que a repetição de aplicação do acessório pode causar dermatite de contato. "Na hora de remover, é como uma leve depilação na pele, que retira a camada morta. Na outra noite, você põe de novo no mesmo lugar e remove, o que pode acabar sensibilizando o local."

Entre os tratamentos, os mais indicados são os que estimulam a produção natural de colágeno e de ácido hialurônico, melhorando a firmeza e a densidade da pele, como os lasers fracionados e os bioestimuladores. Outra opção são os preenchimentos à base de ácido hialurônico, como os skinboosters, para tratar rugas finas. Já os fios de polidioxanona (PDO) também estimulam a formação de colágeno e auxiliam na sustentação. "É um tratamento para as rugas da região perioral, em torno da boca, comuns de se formarem pela posição de dormir", diz Daniela.

Para quem deseja um cuidado diário, que irá complementar os demais, a dica são os exercícios faciais. "Quando bem aplicados, podem deixar as regiões de sustentação do rosto mais tonificadas e firmes, além de ajudarem a equilibrar e a conscientizar sobre os movimentos", explica Laís, que ensina a seus pacientes técnicas que realçam a beleza natural do rosto. A prática ainda melhora a simetria da face, reduz rugas causadas pela repetição de movimentos inadequados e auxilia numa melhor forma de falar, respirar, mastigar e deglutir.

Estadão
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