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Coronavírus

Bailarina inicia, sozinha, ação de combate à fome em meio à pandemia através das redes sociais

Bárbara Fernandes Peres observou personalidades engajadas na causa e decidiu usar Instagram pessoal para angariar fundos

11 abr 2021 - 05h10
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Você está em casa, navegando no celular, e começa a ver personalidades participando de campanhas sociais em meio à pandemia do novo coronavírus. E o que faz? 'Ah, mas os artistas têm visibilidade! Eles sim conseguem colocar em prática essas ideias'. Esse pensamento passou rapidamente pela cabeça da bailarina Bárbara Fernandes Peres, de 37 anos, que mora em São Paulo. Na sequência, indagou: 'E se eu tentasse pedir para que alguns amigos doassem alguma quantia em dinheiro e eu comprasse umas cestas básicas para quem está passando fome?'.

"Eu vi o vídeo de uma pessoa famosa e que, se ela atingisse R$ 500 mil, um 'super empresário' colocaria mais R$ 500 mil... e aí bateu a meta, deu tudo certo. Aí, outros empresários foram atrás dele para contribuir e eu falei: 'Nossa, olha o poder da inspiração, né?'. Foi isso que me motivou a fazer o meu também e ajudar dentro do meu alcance, dos meus amigos. Vejo as famílias passando dificuldades, os mais vulneráveis, aqueles que precisam estar na rua para conseguir alimento. Tudo isso me deixou muito triste, chateada e resolvi atuar dessa forma", explica.

Na terça-feira, 6, Bárbara publicou um vídeo no Instagram pessoal dela, pedindo para que as pessoas fizessem doações. "Oi, eu sou a Babi, vim aqui te convidar para um movimento solidário. A gente vê tantos artistas famosos organizando vaquinhas, cestas básicas, e fico muito feliz em ver as pessoas se juntando por um propósito legítimo. E acho que a gente, apesar de não ser famoso, faz toda a diferença tentar criar um movimento. A ideia é arrecadar cestas básicas e doações, coisas em bom estado, claro...e vou deixar o endereço da minha escola e os dados da conta".

Assista ao vídeo:

A meta era conseguir comprar 50 cestas básicas. Em menos de um dia de divulgação, Bárbara já havia ultrapassado o valor: "Dobramos essa meta em menos de 24h e talvez até passe. Então, às vezes a gente deixa de fazer por achar que não vai conseguir. Na verdade, você pode se surpreender positivamente com essa ação, que é tão fácil hoje com o celular", enfatiza.

Bárbara reservou um espaço no estúdio de balé que tem em Moema para organizar os materiais que serão doados. Ela não vai fornecer as cestas básicas e roupas para uma comunidade específica, mas pretende circular pela cidade de São Paulo e abordar pessoas que estejam em pontos de ônibus ou moradores de rua e perguntar se aceitam a ajuda. "Acho que, se eu chegar com esse monte de cesta básica em uma comunidade, por exemplo, fatalmente vou provocar aglomeração e não vai ser bacana. Então, a ideia é distribuir em locais com poucas pessoas juntas. Pensei em ir num ponto de ônibus, com três pessoas, e fazer uma abordagem, perguntar quem precisa e distribuir para aquela pessoa que está trabalhando vendendo pano de prato no farol, para aquele trabalhador que está com a barraquinha de água de coco lá, parada, em frente ao Parque do Ibirapuera, que está fechado. Para aquele que está na pracinha, exposto, para levar o sustento para a família. É um trabalho de formiguinha", prevê. Toda a prestação de contas e a ação serão registradas nas redes sociais.

A bailarina clássica, formada pela Royal Academy, é filha de uma pianista e um desenhista e se lembra de ter tido contato com ações sociais na infância, quando ajudava a preparar lanches para crianças carentes. "Eu comecei no colégio onde eu estudava. Lá tinha uma parceria com uma instituição e eu ficava lá, duas vezes por semana, para preparar os lanches para as crianças, que teriam aulas de informática na nossa escola", lembra.

Para a ação em meio à pandemia de covid-19, Bárbara disponibilizou um endereço de e-mail para que as pessoas entrem em contato para participar do movimento de combate à fome. "Às vezes,acho que as pessoas acabam deixando de fazer as coisas já pensando que não vai dar resultado ou que vai ser pequeno. Com esse vídeo, pensei em inspirar pessoas a pelo menos tentar", conclui.

Estadão
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