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Conflito na fronteira entre Gaza e Israel se intensifica

13 nov 2018 - 14h21
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Ataques entre israelenses e palestinos geram episódio mais violento na região desde a guerra de 2014 e ameaçam progressos obtidos nas últimas semanas para estabilizar o enclave.Israel realizou novos ataques aéreos contra alvos na Faixa de Gaza nesta terça-feira (13/11), enquanto milícias palestinas bombardeavam o território israelense, no episódio mais violento ocorrido na região desde a guerra de 2014.

Chamas após bombardeio israelense
Chamas após bombardeio israelense
Foto: DW / Deutsche Welle

A violência começou no domingo, quando forças israelenses foram descobertas durante uma operação na Faixa de Gaza que, segundo Tel Aviv, teria como objetivo recolher informações para os serviços de inteligência. Um conflito iniciado no local causou a morte de um oficial israelense e sete militantes palestinos, levando o grupo Hamas, que controla a região, a prometer retaliações.

A escalada de violência ocorre após progressos significativos serem obtidos nas últimas semanas para pôr fim a meses de distúrbios na fronteira entre Gaza e Israel.

Militantes palestinos reagiram com ataques de artilharia pesada contra o território israelense, lançando mais de 400 morteiros e projéteis que deixaram 27 feridos e mataram um palestino que vivia no sul de Israel. Um míssil antitanques atingiu um ônibus que, segundo o Hamas, era utilizado por soldados israelenses, um dos quais ficou gravemente ferido.

A reação de Israel veio com ataques a alvos do Hamas e de grupos jihadistas islâmicos, matando seis palestinos e ferindo 25. Os israelenses afirmam que atacaram em torno de 150 alvos no enclave, incluindo a sede da emissora palestina Al Aqsa - onde os funcionários foram alertados com antecedência por Israel para que evacuassem o local - e um edifício da inteligência palestina na cidade de Gaza.

Militares israelenses afirmaram que o sistema de interceptação de mísseis Iron Dome ("Cúpula de Ferro") abateu mais de 100 projéteis palestinos. Os ataques aéreos neutralizaram um esquadrão de lançamento de mísseis e interceptaram vários palestinos que tentavam se infiltrar através da fronteira.

O conflito ameaça minar os esforços conjuntos da ONU, Egito e Catar de mediar um cessar-fogo de longo prazo na região. Israel permitiu que o governo de Doha enviasse 15 milhões de dólares a Gaza para o pagamento de salários além de combustíveis para aliviar o reduzido fornecimento de energia elétrica ao território. A medida ocorreu como parte de uma iniciativa para apaziguar a fronteira, onde protestos ocorrem regularmente desde o dia 30 de março.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu a iniciativa, afirmando que a intenção era evitar uma nova guerra em Gaza e aliviar as dificuldades econômicas do território palestino. Como resultado, a situação se manteve relativamente calma nas últimas duas semanas.

Ao menos 233 palestinos foram mortos em Gaza por ataques israelenses desde o final de março, a maioria na fronteira, enquanto outros foram vítimas de ataques aéreos. Nesse mesmo período, dois soldados israelenses morreram. Israel e o Hamas travaram três guerras desde 2008.

O Hamas, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), controla Gaza desde 2007, se sobrepondo às forças apoiadas pela Autoridade Palestina com base na Cisjordânia, que tentam reconquistar o poder sobre o enclave. Diversos esforços para reconciliar as facções palestinas fracassaram.

Com um índice de desemprego de 53% na Faixa de Gaza, a ONU havia alertado recentemente para uma crise humanitária na região.

RC/afp/rtr

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