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'Quero gringada na Amazônia para ver que aquele trem não pega fogo', diz Bolsonaro

Presidente afirmou que é 'uma mentira deslavada' o que falam sobre a região, mas dados do próprio governo indicam que entre janeiro e agosto deste ano ano já foram registrados 34.373 km² de área queimada

8 out 2020 - 23h05
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro repetiu nesta quinta-feira, 8, que gostaria de ver a "gringada" na Amazônia para provar que o bioma não pega fogo. Ontem, em evento no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo disse que o programa Voo Simples poderia incentivar o turismo na região, o que serviria para provar à turistas estrangeiros que não há incêndios na Amazônia.

"A gringada eu quero que venha para cá para andar na Amazônia para ver que aquele trem não pega fogo. É uma mentira o que falam sobre a Amazônia, uma mentira deslavada", disse durante transmissão ao vivo pelas redes sociais. Apesar da linha negacionista do presidente, dados do próprio governo indicam que entre janeiro e agosto deste ano ano já foram registrados 34.373 km² de área queimada na região.

Segundo o presidente, "falsas notícias" ajudam a aumentar a cobiça pela região. "Quem sabe até, não sei o que pode acontecer no futuro, até perder essa região", disse. Em ocasiões anteriores, Bolsonaro justificou que não aceitou ajuda financeira estrangeira por temer perder a soberania nacional.

Argentina

Na esteira de resposta à críticas ao desembargador Kassio Marques por possíveis ligações com o PT, o chefe do Executivo citou os governos da Argentina e Venezuela. O presidente disse ter visto na imprensa que o governo argentino estuda a legalização do aborto e disse "lamentar" pelo povo do país vizinho. Ele negou que Marques tenha um perfil abortista: "acha que eu botar um abortista lá (no Supremo)?", questionou.

"O que diz o velho ditado, quem até os 30 não foi petista, não foi de esquerda, não tem coração. Quem depois dos 30 contínua de esquerda não tem cérebro. As pessoas mudam", comentou. O chefe do Executivo citou ainda que é criticado por ter apoiado o político venezuelano Hugo Chávez, em 1999. "Eu achei que (ele) tava bem, depois fez besteira e virei opositor dele, como sou opositor ao governo (de Nicolás) Maduro", disse.

Estadão
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