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PUC-Rio abre acervo com mais de um milhão de postagens relacionadas ao 8 de Janeiro

PLATAFORMA DIGITAL CONTÉM MAIS DE 500 MIL FOTOS E 100 MIL VÍDEOS COLETADOS EM REDES SOCIAIS QUE DOCUMENTAM OS ATOS DE DEPREDAÇÃO PRATICADOS POR BOLSONARISTAS

26 out 2025 - 15h12
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Vídeos, textos e fotos de mais de um milhão de postagens relacionadas aos atos de depredação dos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, estarão disponíveis para pesquisadores a partir desta segunda-feira, 27. O acervo foi coletado nas redes sociais entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023, em um esforço para manter preservados registros que, em boa parte, já não estão na internet — seja por ação dos próprios usuários ou devido às políticas de governança das plataformas digitais.

Radicais durante invasão das sedes dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023
Radicais durante invasão das sedes dos três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Os metadados das postagens que compõem o acervo foram preservados. Eles permitem analisar não apenas data e horário das publicações, mas também o alcance, com número de visualizações, curtidas, comentários e compartilhamentos. "Por exemplo, é possível fazer um recorte de todas as transmissões em tempo real durante o 8 de janeiro e saber quantos milhões de visualizações foram produzidas naquele momento", destacou Alves.

Outra possibilidade é segmentar a busca por vídeos transmitidos de dentro dos acampamentos em quartéis militares após a derrota de Bolsonaro nas eleições.

"Há uma série de vídeos e lives que cobrem esses acampamentos, que mostram o dia a dia", disse Alves. "No acampamento de Brasília havia uma tenda estruturada especificamente para a produção de podcasts. Nós temos todo esse material, que mostra como esses movimentos se organizavam, como se articulavam midiaticamente e quais os discursos que pautavam a ação política naquele momento."

Acesso limitado a pesquisadores

Marcelo Alves explicou que o acesso completo ao banco de dados do Acervo Digital 8 de Janeiro é voltado especificamente para pesquisadores, que devem submeter um projeto de pesquisa. Em seguida, será preciso preencher formulário de solicitação de acesso e assinar termo de responsabilidade, assegurando o uso ético e científico do material. O contato deve ser feito pelo e-mail acervo08jan@puc-rio.br.

"O acervo é destinado a projetos de mestrado e doutorado, iniciações científicas orientadas por professores e artigos científicos nacionais e internacionais nas áreas de história, ciência política ou sociologia, por exemplo", listou Alves.

A imprensa pode ter acesso ao material, porém de forma indireta. O coordenador explica que a demanda deve ser enviada à equipe do projeto, que fará uma análise no acervo e enviará um relatório ao jornalista interessado. Processo semelhante envolverá pedidos de cineastas. "Muitos documentaristas já buscaram a gente."

Por outro lado, haverá no site do projeto coleções com acesso público a qualquer interessado. A primeira, antecipa Alves, reúne 500 panfletos com convocatórias para os atos de 8 de janeiro.

Os ataques do 8 de Janeiro

Em 8 de janeiro de 2023, pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições presidenciais de 2022 invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, em Brasília. Os vândalos partiram do Quartel-General do Exército.

Relatórios de inteligência mostraram que cerca de cem ônibus com 3,9 mil pessoas chegaram a Brasília naquele dia com disposição para retomar os protestos de rua contra a eleição de Lula. Como mostrou o Estadão, a invasão vinha sendo preparada por extremistas leais ao ex-presidente Bolsonaro desde o dia 3 de janeiro. Na ocasião, radicais começaram a divulgar mensagens em aplicativos como o Telegram e o WhatsApp para trazer manifestantes de todo o País para a capital federal, com todas as despesas pagas.

Até agosto deste ano, o STF já havia julgado e condenado 638 acusados de participação nos atos por crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público. Bolsonaro e outros integrantes da cúpula de seu governo foram condenados pelos mesmos crimes.

Estadão
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