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Casa Branca retira credencial de jornalista da CNN após discussão com Trump

8 nov 2018 - 10h10
(atualizado às 12h10)
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Presidente chama correspondente Jim Acosta de "pessoa terrível" por ter se recusado a entregar microfone a estagiária durante entrevista coletiva. Emissora classifica remoção da credencial de "ameaça à democracia".A Casa Branca retirou na quarta-feira (07/11) a credencial permanente de Jim Acosta, jornalista da emissora americana CNN, que horas antes havia discutido com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, numa tensa entrevista coletiva.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o jornalista da CNN, Jim Acosta, durante discussão acalorada na Casa Branca
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o jornalista da CNN, Jim Acosta, durante discussão acalorada na Casa Branca
Foto: DW / Deutsche Welle

"Como resultado do incidente de hoje [quarta-feira], a Casa Branca suspende a credencial permanente do jornalista envolvido até novo aviso", disse em comunicado a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

A credencial de Acosta, correspondente da CNN na Casa Branca, foi retirada em sua saída do edifício presidencial por um agente do Serviço Secreto americano, segundo um vídeo do momento compartilhado pelo próprio jornalista no Twitter.

A credencial permanente permite a um grupo seleto de jornalistas entrar e sair livremente da Casa Branca e cobrir o dia a dia do presidente do país.

O incidente que gerou a decisão da Casa Branca sobre Acosta ocorreu durante uma entrevista coletiva na qual Trump avaliou os resultados das eleições de meio de mandato ocorridas na terça-feira. Acosta se envolveu numa tensa discussão com Trump, que, depois de responder a várias de suas perguntas, lhe retirou a palavra.

"Largue o microfone [...]. Te direi uma coisa, a CNN deveria estar envergonhada de si mesma por ter você trabalhando para eles. Você é uma pessoa rude e terrível", disse Trump, enquanto Acosta disputava o microfone com uma estagiária da Casa Branca.

A Casa Branca se referiu à confusão envolvendo a estagiária para justificar a suspensão da credencial do jornalista.

"O presidente Trump acredita na liberdade de imprensa e espera perguntas difíceis sobre ele e seu governo. No entanto, nunca toleraremos que um jornalista ponha suas mãos sobre uma jovem mulher que só está tentando fazer seu trabalho como estagiária da Casa Branca. Este comportamento é inaceitável", declarou Sanders no comunicado.

"Que a CNN esteja orgulhosa da forma como seu empregado tem se comportado não é só asqueroso, mas é um exemplo do seu degradante desprezo por todos, incluindo as mulheres jovens, que trabalham neste governo", acrescentou.

Em resposta ao comunicado de Sanders, Acosta escreveu: "Isto é mentira."

Em comunicado posterior, a Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA, em inglês) considerou "inaceitável" e "fora de lugar" a suspensão da credencial de Acosta e pediu que esta seja devolvida.

"A WHCA se opõe energicamente à decisão do governo Trump de utilizar as credenciais de segurança do Serviço Secreto como ferramenta de castigo a um jornalista com o qual tem uma difícil relação", declarou. "Instamos a Casa Branca a reverter imediatamente esta ação frágil e equivocada", acrescentou.

"A porta-voz, Sarah Sanders, mentiu. Proporcionou acusações fraudulentas e citou um incidente que nunca aconteceu. Esta decisão sem precedentes é uma ameaça à nossa democracia", lamentou, por sua vez, a CNN.

PV/lusa/efe

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