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Política

Vargas buscou ajuda por empréstimo de avião, diz petista

Testemunha de defesa, prefeito de Apucarana diz que deputado queria arcar com combustível de viagem para Nordeste

15 jul 2014 - 17h26
(atualizado às 18h10)
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O prefeito de Apucarana (PR), Carlos Alberto Gerbim Preto (PT), disse nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que foi procurado pelo deputado André Vargas (sem partido-PR), em dezembro do ano passado, para obter o empréstimo de uma aeronave em troca do pagamento de combustível. Vargas responde a processo de quebra de decoro por ter viajado com a família em um avião cedido pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal.

“Ele tinha dificuldade de achar passagens. Tentei verificar se algum empresário tinha alguma aeronave para que ele pudesse pagar o combustível para a viagem”, disse o prefeito de Apucarana, cidade a cerca de 50 quilômetros de Londrina, berço eleitoral de Vargas. Segundo Preto, o deputado federal avisou, em outra ocasião, que já havia acertado com um "empresário".

Vargas deixou o PT e a vice-presidência da Câmara dos Deputados depois do escândalo. Ele é acusado de ter recebido a vantagem indevida do doleiro e de ajuda-lo a obter um contrato do laboratório Labogen junto ao Ministério da Saúde.

A fala do petista tenta fortalecer o discurso de André Vargas, que diz ter pretendido pagar o combustível pela viagem feita no jatinho fretado por Youssef. O parlamentar admitiu ter sido imprudente ao viajar na aeronave com a família para João Pessoa. “Quando o procurei para viabilizar o pagamento do combustível, não encontrei meios, porque eu não sabia que a aeronave tinha sido locada, coisa que descobri com maior detalhe agora, em função da ampla cobertura da mídia”, disse Vargas na tribuna da Câmara dos Deputados, no dia 2 de abril.

Preto também respondeu perguntas da defesa sobre não ter notado uma evolução patrimonial de Vargas. Mas, depois, indicou ao relator, Julio Delgado (PSB-MG), não ter certeza onde ficava o apartamento do deputado em Londrina.

“Ele pouco teve a elucidar nesse caso, talvez seja essa a tendência das testemunhas arroladas pela defesa”, disse Delgado.

O relator pretende concluir a oitiva de outras seis testemunhas de defesa até o próximo dia 29 e chamar Vargas para depor. O parlamentar pretende votar o relatório no esforço concentrado dos dias 5 e 6 de agosto.

Fonte: Terra
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