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Política

Sergio Camargo é suspenso do comando da Fundação Palmares

Sua nomeação e seus comentários publicados nas redes sociais geraram muitas críticas do movimento negro

12 dez 2019 - 07h44
(atualizado às 08h43)
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Sérgio Camargo, o jornalista que assumiu a presidência da Fundação Palmares e disse que Brasil tem "racismo Nutella" e que a "escravidão foi benéfica para os descendentes", teve sua nomeação suspensa. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial desta quarta-feira, 11.

Segundo a publicação, a suspensão ocorre "em estrito cumprimento à decisão proferida pelo Juízo da 18ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará no âmbito da Ação Popular nº 0802019-41.2019.4.05.8103/CE". Portanto, nomeado em 27 de novembro, Sérgio Camargo não é mais presidente da Fundação Cultural Palmares.

Sergio Camargo, novo presidente da Fundação Palmares, na foto do seu perfil do Facebook
Sergio Camargo, novo presidente da Fundação Palmares, na foto do seu perfil do Facebook
Foto: Reprodução Facebook / Estadão Conteúdo

Em entrevista concedida ao Estado na terça, 10, Sérgio Camargo disse que não dará "suporte algum" para o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Segundo ele, a sua gestão trabalhará para "revalorizar" a princesa Isabel e o dia 13 de Maio, data da assinatura da Lei Áurea, que deu fim à escravidão.

No dia 4 de dezembro, o juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal de Sobral (CE),suspendeu o ato de nomeação do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, alvo de críticas por declarações contrárias ao movimento negro. O magistrado atende pedido em ação civil pública contra União, que questionava os critérios de nomeação do jornalista ao cargo.

De acordo com o magistrado, a nomeação 'contraria frontalmente os motivos determinantes para a criação' da Fundação Palmares e põe a instituição 'em sério risco', visto que a gestão pode entrar em 'rota de colisão com os princípios constitucional da equidade, da valorização do negro e da proteção da cultura afro-brasileira'.

O Governo recorreu, mas agora acatou a decisão.

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